ATA DA SESSÃO DE INSTALAÇÃO DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 15-02-2002.

 


Aos quinze dias do mês de fevereiro do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas, foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Paulo Brum, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução n.º 045/02 (Processo n.º 0422/02); pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo n.º 006/02 (Processo n.º 0135/02); pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo n.º 013/02 (Processo n.º 0295/02); pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, o Projeto de Lei do Legislativo n.º 007/02 (Processo n.º 0145/02); pelo Vereador Dr. Goulart, os Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 011, 012 e 017/02 (Processos n.ºs 0271, 0272 e 0468/02, respectivamente); pelo Vereador Haroldo de Souza, o Projeto de Lei do Legislativo n.º 005/02 (Processo n.º 0065/02); pelo Vereador Isaac Ainhorn, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Legislativo n.º 014/02 (Processo n.º 0327/02); pelo Vereador José Fortunati, os Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 008 e 009/02 (Processos n.ºs 0174 e 0175/02, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo n.º 010/02 (Processo n.º 0200/02); pela Vereadora Maristela Maffei, o Projeto de Lei do Legislativo n.º 002/02 (Processo n.º 0002/02); pelo Vereador Sebastião Melo, o Projeto de Lei do Legislativo n.º 015/02 (Processo n.º 0330/02) e o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n.º 001/02 (Processo n.º 0329/02). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de n.ºs 042/02, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo n.º 003/02 (Processo n.º 0318/02); de n.º 043/02, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo n.º 004/02 (Processo n.º 0319/02); de n.º 044/02, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo n.º 005/02 (Processo n.º 0320/02); de n.º 065/02, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo n.º 006/02 (Processo n.º 0386/02); de n.º 075/02, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo n.º 007/02 (Processo n.º 0376/02); de n.º 076/02, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo n.º 008/02 (Processo n.º 0377/02); de n.º 077/02, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo n.º 009/02 (Processo n.º 0378/02). Ainda, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando desarquivamento de processos: de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 012, 051, 189, 190, 191, 243 e 260/01 (Processos n.ºs 0410, 1245, 2912, 2913, 2914, 3614 e 3880/01, respectivamente) e aos Projetos de Lei Complementar do Legislativo n.ºs 001, 015 e 026/01 (Processos n.ºs 0789, 2549 e 4465/01, respectivamente); de autoria do Vereador Beto Moesch, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 078, 125, 194, 209 e 256/01 (Processos n.ºs 1553, 2096, 2945, 3069 e 3826/01, respectivamente) e aos Projetos de Lei Complementar do Legislativo n.ºs 023/00, 009 e 012/01 (Processos n.ºs 3496/00, 1656 e 1760/01, respectivamente); de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 216/99, 214/00, 152 e 176/01 (Processos n.ºs 3855/99, 3264/00, 2308 e 2618/01, respectivamente); de autoria do Vereador Dr. Goulart, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 119, 168, 180, 181, 196, 197, 206, 217 e 234/01 (Processos n.ºs 2065, 2512, 2688, 2689, 2975, 2976, 3034, 3140 e 3409/01, respectivamente) e aos Projetos de Resolução n.ºs 091 e 092/01 (Processos n.ºs 3682 e 3687/01, respectivamente); de autoria do Vereador Estilac Xavier, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 294/01 (Processo n.º 4546/01), ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n.º 025/01 (Processo n.º 4304/01) e aos Projetos de Resolução n.ºs 107 e 122/01 (Processos n.ºs 4269 e 4661/01, respectivamente); de autoria da Vereadora Helena Bonumá, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 077, 288 e 289/01 (Processos n.ºs 1530, 4401 e 4402/01, respectivamente), ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n.º 013/01 (Processo n.º 2199/01), ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica n.º 006/00 (Processo n.º 1962/00) e ao Projeto de Resolução n.º 024/01 (Processo n.º 1256/01); de autoria do Vereador João Antonio Dib, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 251 e 252/01 (Processos n.ºs 3702 e 3715/01, respectivamente), aos Projetos de Lei Complementar do Legislativo n.ºs 005, 015/00 e 004/01 (Processos n.ºs 1121, 2481/00 e 1115/01, respectivamente) e ao Projeto de Resolução n.º 030/01 (Processo n.º 1454/01); de autoria do Vereador João Carlos Nedel, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 073, 085, 103, 164, 182, 212, 213, 216, 221, 277, 281, 283 e 284/01 (Processos n.ºs 1484, 1605, 1814, 2452, 2698, 3102, 3103, 3126, 3159, 4199, 4207, 4232 e 4233/01, respectivamente) e aos Projetos de Lei Complementar do Legislativo n.ºs 014 e 023/01 (Processos n.ºs 2247 e 3976/01, respectivamente); de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 205 e 286/01 (Processos n.ºs 3028 e 4281/01, respectivamente), ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n.º 001/00 (Processo n.º 0597/00) e ao Projeto de Resolução n.º 108/01 (Processo n.º 4275/01); de autoria da Vereadora Maria Celeste, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 028/01 (Processo n.º 0927/01); de autoria do Vereador Raul Carrion, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 010/93, 094/00, 115, 130, 131, 132, 134, 179, 202, 225 e 244/01 (Processos n.ºs 0507/93, 1473/00, 1989, 2155, 2156, 2157, 2159, 2655, 2997, 3204 e 3629/01, respectivamente), ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n.º 020/01 (Processo n.º 3341/01) e ao Projeto de Resolução n.º 055/01 (Processo n.º 2455/01); de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 058/97, 066, 142/98 e 287/01 (Processos n.ºs 1223/97, 1489, 2820/98 e 4378/01, respectivamente) e ao Projeto de Resolução n.º 116/01 (Processo n.º 4593/01); de autoria do Vereador Sebastião Melo, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 108, 142 e 239/01 (Processos n.ºs 1821, 2254 e 3555/01, respectivamente) e aos Projetos de Emenda à Lei Orgânica n.ºs 004 e 008/01 (Processos n.ºs 1319 e 3838/01, respectivamente); de autoria do Vereador Valdir Caetano, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 297/01 (Processo n.º 4595/01). Também, foi apregoado o Ofício n.º 001/02, firmado pelo Vereador Juarez Pinheiro, informando que os Vereadores Estilac Xavier, Marcelo Danéris e Juarez Pinheiro exercerão, respectivamente, os cargos de Líder, 1º Vice-Líder e 2º Vice-Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores - PT. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios n.ºs 641, 652, 653, 654/01, 011, 018, 019, 020, 025, 026, 037, 047 e 048/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente, registrou a presença do Senhor Guilherme Barbosa, Secretário Municipal de Obras e Viação, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, convidando Sua Senhoria a integrar a Mesa dos trabalhos e os presentes para, em pé, ouvirem as execuções dos Hinos Nacional e Rio-Grandense. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Guilherme Barbosa que, em nome do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, externou sua satisfação em participar da abertura dos trabalhos legislativos do corrente ano, ressaltando que os princípios democráticos deverão pautar as relações estabelecidas entre os Poderes Executivo e Legislativo, no sentido de possibilitar melhorias na qualidade de vida dos porto-alegrenses. Às nove horas e vinte e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às nove horas e vinte e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Clênia Maranhão manifestou-se sobre a eleição de Sua Excelência à presidência da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Ainda, discorreu acerca da necessidade da realização de obras públicas para resolver o problema dos alagamentos que ocorrem por ocasião de chuvas intensas na Cidade e pronunciou-se a respeito da instalação de uma pista de eventos no Município. O Vereador João Antonio Dib comentou dados divulgados pelo Executivo Municipal, relativos aos recursos financeiros constantes na peça orçamentária para o ano dois mil e dois, chamando a atenção para a importância dos trabalhos da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL no sentido de acompanhar a execução do Orçamento Anual do Município. Também, citou o artigo 58 da Lei Orgânica Municipal, que versa sobre os critérios para solicitação de verbas suplementares. O Vereador Beto Moesch posicionou-se contrariamente à proposta da Prefeitura Municipal de Porto Alegre no intuito de retirar, no último sábado, árvores de grande porte localizadas na Avenida Goethe, com o objetivo de modificar a estrutura viária do local. Também, propugnou pelo engajamento do Poder Público e da sociedade civil, no sentido de buscar soluções para a preservação das características ambientais e culturais dessa avenida. Na ocasião, foi apregoado documento firmado pelos Vereadores Fernando Záchia e Sebastião Melo, comunicando que, a partir de hoje, a liderança da Bancada do Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB - passa a ser exercida pelo Vereador Fernando Záchia. Também foram apregoados os seguintes Requerimentos, de autoria do Vereador Luiz Braz, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento dos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 203/00, 109 e 290/01 (Processos n.ºs 3049/00, 1827 e 4448/01, respectivamente) e dos Projetos de Lei Complementar do Legislativo n.ºs 008 e 022/00 (Processos n.ºs 1357 e 3197/00, respectivamente). Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Cassiá Carpes teceu considerações acerca da relevância das atividades legislativas a serem desenvolvidas nesta Casa durante o ano. Também, discursou sobre o aumento das tarifas de ônibus e lotações no Município e referiu-se aos problemas ocorridos nos desfiles de Carnaval de Porto Alegre, propondo uma ação conjunta deste Legislativo e dos setores pertinentes para analisar a questão. O Vereador Dr. Goulart, aludindo ao transcurso de datas importantes que marcaram a história do Partido Democrático Trabalhista, registrou o aniversário de falecimento do Senhor Darci Ribeiro. Ainda, parabenizou a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira pelo título de campeã do Carnaval de dois mil e dois do Rio de Janeiro e apontou a necessidade da instalação de uma pista de eventos em Porto Alegre. Na oportunidade, o Vereador Ervino Besson informou ter protocolado o Requerimento n.º 021/02 (Processo n.º 0609/02 - Requer a constituição de Comissão Externa para apurar irregularidades ocorridas durante o Carnaval de dois mil e dois em Porto Alegre). Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães discorreu sobre o resultado do concurso entre as escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval de Porto Alegre, ressaltando a posição firmada pela Prefeitura Municipal a respeito do assunto. Também, criticou as medidas políticas adotadas pelos Executivos Municipal e Estadual no que se refere a saneamento básico e segurança pública, discursando acerca dos alagamentos ocorridos na Capital e o aumento da violência urbana no Estado. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo manifestou-se contrariamente ao reajuste das tarifas do transporte público e de água e esgotos no Município de Porto Alegre, criticando a posição tomada por algumas entidades durante a reunião do Conselho Municipal de Transportes Urbanos - COMTU. Também, comunicou que protocolizará um Projeto de Lei que submete o reajuste de tarifas do transporte público desta Cidade à Câmara Municipal de Porto Alegre. O Vereador Haroldo de Souza teceu considerações a respeito de atitudes tomadas pelos Senhores Vereadores deste Legislativo durante os trabalhos nas Sessões Legislativas. Também, comentou sobre a necessidade de construção de uma pista de eventos na Capital, sugerindo que a mesma seja utilizada por diversos segmentos da sociedade e comentou os Vetos Totais apostos pelo Senhor Prefeito Municipal a Projetos de Lei votados e aprovados no ano de dois mil e um. A Vereadora Clênia Maranhão congratulou o trabalho dos voluntários na Campanha “Carnaval com Vida” da Fundação Thiago Gonzaga, enfatizando a luta dessa entidade na luta pela preservação da vida. Também, descreveu as atividades desempenhadas por essa organização não-governamental, no que tange à realização de campanhas de conscientização de jovens com a finalidade de reduzir o número de acidentes de trânsito no Estado. O Vereador Nereu D'Avila, reportando-se ao pronunciamento do Vereador Haroldo de Souza, manifestou-se sobre Vetos apostos a Projetos de Lei destinados a beneficiar as comunidades mais necessitadas. Também, informou que apresentará Requerimento, solicitando a reabertura da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - constituída neste Legislativo para averiguar denúncias de irregularidades no Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB. O Vereador Raul Carrion pronunciou-se a respeito do crescimento dos níveis de pobreza no Brasil e no mundo, salientado a necessidade de que as sociedades busquem soluções para esse problema. Também, referiu-se a seminário do Fórum Social Mundial 2002, onde foi avaliada a quantidade de verbas destinadas pelos países do Primeiro Mundo ao armamentismo e à guerra, em detrimento das políticas sociais em prol da melhoria da qualidade de vida da população mundial. A seguir, o Vereador Juarez Pinheiro, referindo-se ao Requerimento mencionado pelo Vereador Nereu D'Avila em seu pronunciamento em Comunicação de Líder, manifestou-se sobre decisão judicial relativa à suspensão dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - constituída neste Legislativo para averiguar denúncias de irregularidades na administração do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, tendo o Senhor Presidente prestado informações sobre o referido Requerimento e tendo o Vereador Nereu D'Avila manifestado-se sobre o assunto. Também, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, solicitando que o Requerimento do Vereador Nereu D'Avila, acima referido, fosse submetido à análise da Procuradoria da Casa, tendo o Senhor Presidente determinado que tal solicitação fosse formalizada por escrito, o Vereador Nereu D'Avila referido-se ao tema e o Senhor Presidente prestado informações a respeito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib salientou a necessidade de que esta Casa busque realizar suas atividades com fundamento na responsabilidade e serenidade de suas ações. Também, discorreu sobre as dinâmicas de funcionamento da Casa, relativas à realização de homenagens durante os períodos de Comunicações e Grande Expediente e à apresentação de Moções de Apoio e de Repúdio. O Vereador Marcelo Danéris, referindo-se ao início das atividades da Segunda Sessão Legislativa Ordinária, destacou a importância da valorização dos debates parlamentares como forma de fortalecimento da democracia e causa da permanente projeção de Porto Alegre como uma das capitais mais importantes do País. Ainda, mencionou dados alusivos às atividades da CPI constituída neste Legislativo para averiguar denúncias de irregularidades na administração do DEMHAB. Na oportunidade, o Senhor Presidente destacou a importância da manutenção da ordem nas galerias do Plenário Otávio Rocha. Também, foi apregoado o Requerimento n.º 023/02 (Processo n.º 0635/02 - Requer a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar possíveis irregularidades administrativas no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB), de autoria do Vereador Nereu D'Avila. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães teceu considerações sobre os problemas ocorridos durante os desfiles de Carnaval em Porto Alegre, realizados no dia treze de fevereiro do corrente, chamando a atenção para as possíveis causas desses fatos. Nesse sentido, criticou a Prefeitura Municipal pelo posicionamento no sentido de não homologar o resultado obtido pelas escolas de samba da Capital. O Vereador Antonio Hohlfeldt lamentou o falecimento do Deputado Federal Nelson Marchezan, Presidente Estadual do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB, ocorrido no dia onze de fevereiro do corrente, da professora Isolda Paes, Diretora do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, ocorrido no dia vinte e seis de janeiro do corrente, e da Senhora Sônia Duro, Diretora do Instituto Estadual de Artes Cênicas, ocorrido no dia dez de fevereiro do corrente. Na ocasião, o Vereador Marcelo Danéris formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Antonio Hohlfeldt em Comunicação de Líder, tendo o Orador manifestado-se contrariamente a essa solicitação. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz analisou correspondência firmada pelo Senhor Pedro Couto, relativa ao repasse de verbas efetuado pelo Executivo Municipal à Associação das Entidades Recreativas, Culturais e Carnavalescas de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul - AECPARS. Também, criticou a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O Vereador Carlos Alberto Garcia registrou a participação de Sua Excelência no desfile do Grêmio Recreativo Escola de Samba Caprichosos de Pilares, do Rio de Janeiro, que apresentou enredo alusivo à Cidade de Porto Alegre. Ainda, externou sua contrariedade aos problemas verificados nos desfiles de Carnaval de Porto Alegre e defendeu a implantação de uma pista de eventos no Município. Após, foi apregoado Requerimento firmado pelo Vereador Reginaldo Pujol, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Requerimento n.º 042/00 (Processo n.º 0806/00). A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Raul Carrion, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo os Vereadores Antonio Hohlfeldt e Raul Carrion manifestado-se a respeito. Também, face Questão de Ordem formulada pela Vereadora Clênia Maranhão, o Senhor Presidente prestou informações sobre a Resolução n.º 1603/01, que normatiza a destinação de períodos de Comunicações e Grande Expediente para a realização de solenidades. Foi aprovado o Requerimento n.º 019/02 (Processo n.º 0559/02 - Período de Grande Expediente em homenagem ao transcurso do septuagésimo quinto aniversário da Rádio Gaúcha), de autoria do Vereador Nereu D'Avila, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol e João Antonio Dib. Foi aprovado o Requerimento n.º 002/02 (Processo n.º 0004/02 - Período de Comunicações em homenagem aos cinqüenta e sete anos de fundação do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul - CPERS), de autoria do Vereador Raul Carrion, após ser encaminhado à votação pelo Vereador João Antonio Dib. Foi aprovado o Requerimento n.º 003/02 (Processo n.º 0005/02 - Período de Grande Expediente destinado a homenagear o jornal Correio do Povo, pelo transcurso do seu centésimo sétimo ano de fundação), de autoria do Vereador Raul Carrion, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Antonio Dib, Luiz Braz e Raul Carrion, tendo o Senhor Presidente, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador João Carlos Nedel, prestado esclarecimentos sobre a matéria e tendo os Vereadores Antonio Hohlfeldt e Nereu D'Avila formulado Questão de Ordem e manifestação a respeito. Foi aprovado o Requerimento n.º 004/02 (Processo n.º 0017/02 - Sessão Solene em homenagem ao Dia do Trabalhador), de autoria do Vereador Raul Carrion. Foi aprovado o Requerimento n.º 006/02 (Processo n.º 0019/02 - Período de Grande Expediente destinado às comemorações da passagem do octogésimo aniversário de fundação do Partido Comunista do Brasil - PC do B), de autoria do Vereador Raul Carrion, por dezoito votos SIM e dois votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelo Vereador João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Ervino Besson, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Haroldo de Souza e João Antonio Dib. Foi aprovado o Requerimento n.º 007/02 (Processo n.º 0024/02 - Período de Comunicações em homenagem à Semana Mundial do Meio Ambiente), de autoria do Vereador Beto Moesch. Foi aprovado o Requerimento n.º 008/02 (Processo n.º 0048/02 - Sessão Solene em homenagem ao aniversário da Igreja Universal do Reino de Deus), de autoria do Vereador Almerindo Filho, por vinte votos SIM e um voto NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Ervino Besson, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e Não o Vereador Haroldo de Souza. A seguir, foi apregoado Requerimento firmado pelos Vereadores Marcelo Danéris, Juarez Pinheiro, Adeli Sell, Helena Bonumá, Aldacir Oliboni, Raul Carrion, Sofia Cavedon, Maria Celeste e Carlos Alberto Garcia, solicitando que o Requerimento n.º 023/02 (Processo n.º 0635/02 - Requer a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar possíveis irregularidades administrativas no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB), de autoria do Vereador Nereu D'Avila, seja encaminhado à Procuradoria da Casa e, enquanto houver litispendência quanto ao tema, seja indeferido. Também, face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores João Antonio Dib e Sebastião Melo, o Senhor Presidente prestou informações sobre a tramitação do Requerimento n.º 011/02 (Processo n.º 0149/02), de autoria do Vereador Sebastião Melo. Foi aprovado o Requerimento n.º 010/02 (Processo n.º 0091/02 - Sessão Solene em homenagem aos duzentos e cinqüenta anos de imigração açoriana no Município de Porto Alegre), de autoria do Vereador Marcelo Danéris. Foi aprovado o Requerimento n.º 013/02 (Processo n.º 0275/02 - Sessão Solene em homenagem ao Dia do Dentista), de autoria do Vereador Adeli Sell. Foi aprovado o Requerimento n.º 011/02 (Processo n.º 0149/02 - Período de Comunicações destinado ao registro do quadragésimo quinto aniversário da Rádio Guaíba AM), de autoria do Vereador Sebastião Melo. Foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Raul Carrion, solicitando renovação de votação para o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n.º 001/01 (Processo n.º 0799/01), por quatorze votos SIM, três votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Raul Carrion, Antonio Hohlfeldt, Isaac Ainhorn, Helena Bonumá e Carlos Alberto Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Dr. Goulart, Ervino Besson, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon, Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Haroldo de Souza e Luiz Braz e tendo optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Na oportunidade, o Vereador Antonio Hohlfeldt formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando cópia do Relatório de Votação emitido pelo Sistema Eletrônico de Votações, referente ao Requerimento do Vereador Raul Carrion, que solicita renovação de votação para o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n.º 001/01 (Processo n.º 0799/01). Em Votação, esteve o Requerimento n.º 278/01 (Processo n.º 4536/01 - Moção de Solidariedade ao jornalista Políbio Braga), de autoria do Vereador Sebastião Melo, o qual foi encaminhado à votação pelo Vereador Isaac Ainhorn. Às doze horas e quarenta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Juarez Pinheiro, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, Carlos Alberto Garcia e Reginaldo Pujol e secretariados pelos Vereadores Helena Bonumá e Paulo Brum. Do que eu, Helena Bonumá, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após ser distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Anunciamos a presença do Secretário Guilherme Barbosa que representa, nesta Sessão, o Sr. Tarso Genro, Prefeito Municipal de Porto Alegre.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional e o Hino Rio-Grandense.

 

(Executam-se o Hino Nacional e o Hino Rio-Grandense.)

 

De acordo com o Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, passo a palavra ao Vereador e Secretário Guilherme Barbosa, nesta Sessão representando o Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, Tarso Genro.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Sr. 2º Secretário, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, funcionários da Câmara Municipal, população de Porto Alegre, impedido de comparecer à abertura dos trabalhos, honrou-me o Prefeito ao pedir para representá-lo nesta ocasião, além de me dar o prazer de voltar a esta Casa Legislativa da nossa Cidade, onde estive por oito anos colaborando com a nossa Porto Alegre e tendo o prazer de conviver com todos os senhores.

A mensagem principal do Chefe do Executivo é desejar um bom trabalho à nossa Câmara de Vereadores. Sabemos todos que, neste ano, mesmo não tendo uma eleição em nível municipal, mas em todos os outros níveis do nosso País, naturalmente será um ano tenso. Por ser esta uma Casa Legislativa, todos estarão envolvidos nesse processo eleitoral, mas temos certeza de que, apesar desse tensionamento natural da vida democrática, conseguiremos todos, Legislativo e Executivo, manter uma relação de alto nível, tendo como centro do nosso trabalho, neste ano de 2002, a possibilidade de melhorar cada vez mais a vida da nossa população. É da democracia a diferença de opiniões; é da democracia o tensionamento do debate, mas também sabemos que a população da nossa Cidade, que tem e que reconhece que esta é uma casa legislativa que orgulha, desde sempre, a nossa Capital, pois ela é, sem dúvida nenhuma, uma das mais importantes e mais sérias Câmaras de Vereadores e casas legislativas pelo Brasil inteiro. A população pode ter a certeza de que no ano de 2002, novamente, nós teremos, apesar deste debate, um trabalho de grande qualidade e que vai ter como centro a qualidade de vida desta população.

O Prefeito pediu-me para reafirmar que da parte do Executivo a relação altaneira, com a independência necessária entre os Poderes, estará mantida com a nossa Câmara. Temos certeza disso pela qualidade de sua Mesa Diretora, da Presidência e dos Srs. Vereadores de que também a recíproca será verdadeira por parte da Câmara.

Agradeço a oportunidade; deixo um abraço fraterno do Prefeito e tenhamos todos um bom trabalho neste ano de 2002. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em nome da Câmara Municipal, dos seus trinta e três Vereadores, esta Presidência gostaria de agradecer a presença do Vereador e Secretário Guilherme Barbosa, que nesta Sessão representa o Prefeito Municipal Tarso Genro, e dizer que nós neste ano legislativo, da mesma forma como o fizemos em 2001, faremos o possível para estabelecer uma sólida e profunda parceria entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo, com cada Poder mantendo a sua autonomia, a sua independência, mas, acima de tudo, buscando fortalecer os laços entre os Poderes para que ao final possamos buscar a consolidação dos melhores projetos para a cidade de Porto Alegre. Seja bem-vindo meu caro companheiro Vereador e Secretário Guilherme Barbosa, e tenha a certeza de que ao longo deste ano esta Casa terá o prazer de recebê-lo e a todos os Secretários e, especialmente, o Sr. Prefeito Municipal.

Suspendemos a Sessão por um minuto para nos despedirmos do Secretário Municipal e Ver. Guilherme Barbosa.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 9h27min.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati - 9h28min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. Ausente.  A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queríamos saudar todos os Srs. e as Sr.as Vereadoras, os funcionários desta Casa, e dizer que retomamos mais essa etapa do nosso trabalho neste ano legislativo esperando que a contribuição desta Casa seja cada vez maior na construção da Porto Alegre que todos nós desejamos.

Tenho, nesse período, a expectativa - tendo sido eleita para presidir a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos -, de que ao lado dos membros dessa Comissão possamos fazer com que as políticas públicas na área dos direitos humanos e na defesa dos consumidores de Porto Alegre, possam se consolidar e que, todos nós do conjunto das Bancadas, possamos ser agentes políticos na construção de novas legislações, no sentido de avançar as garantias dos direitos fundamentais de todos os porto-alegrenses.

Evidentemente, os acontecimentos da Cidade permeiam os debates políticos desta Casa. Como representantes do conjunto dos porto-alegrenses temos que nos posicionar com a rapidez necessária em relação aos problemas enfrentados pelo povo de Porto Alegre. Mais uma vez, uma parcela expressiva de nossa população, as pessoas que saíram de suas casas, que foram às ruas, que estavam indo para o trabalho ou vindo para as suas residências foram vítimas de novos alagamentos nesse período de recesso, fundamentalmente na última semana; pôs em insegurança muitas vidas, causou muitos prejuízos, o que demonstra que a questão do debate da luta, da pressão política desta Casa em relação à Prefeitura de Porto Alegre para que ela cumpra a sua obrigação da construção de uma infra-estrutura da Cidade capaz de permitir que as pessoas saiam com segurança de suas casa, será um tema, evidentemente, freqüente neste Parlamento.

Ainda ontem, ouvi um depoimento que dizia que Porto Alegre parece que está se transformando nos bairros alagados de São Paulo. O que é incrível é que São Paulo é uma grande metrópole que acumulou, ao longo de seus anos, uma série de problemas. Ao contrário de Porto Alegre, que é uma cidade que acumulou, ao longo das gestões, nas décadas e décadas que antecederam este último período de continuísmo de um governo, o título de “Cidade com o Melhor Nível de Qualidade de Vida”, com uma infra-estrutura desejável, no mínimo, desejável. A perda dessas condições, o empobrecimento da Cidade, a piora dos alagamentos têm de fazer com que possamos repensar as opções desta Cidade e as estratégias no sentido de aprofundarmos as pressões para que haja prioridade na defesa da construção de uma cidade capaz de as pessoas transitarem nela sem insegurança. E não falo aqui na insegurança das ruas que, por si só, já é alarmante, mas também a insegurança por falta de infra-estrutura urbana.

E outro tema que quero trazer a esta tribuna, nesses últimos minutos que me faltam, e depois, seguramente, outros Vereadores registrarão posicionamentos sobre ele, é sobre a subseqüente crise que esta Cidade vive no período carnavalesco.

É incrível um depoimento que eu vi de um representante da Prefeitura que dizia que as crises dos desfiles de carnaval, e a que se repetiu ontem, era falta de um sambódromo. E quem é o responsável pela construção do sambódromo? Quer dizer, há já uma consolidada posição política de transferir a responsabilidade daquilo que é responsabilidade do Poder Público. Nós vimos, no mês passado e há dois meses, algumas comunidades disputando o local da pista de eventos. Se, por um lado, esta Casa criou, por duas vezes, duas Comissões Especiais para procurar fazer com que a Prefeitura optasse por algum local para a constituição de uma pista de eventos, também os setores culturais desta Cidade têm exigido a definição dessa política pública. Não é à toa que se discute a necessidade até, inclusive, da demissão da própria Secretária de Cultura do Município. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações por transposição de tempo com o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr. Presidente, ao término do meu pronunciamento, eu vou ter que fazer um apelo a V. Ex.ª, vou pedir socorro a V. Ex.ª. Mas antes eu quero fazer uma análise rápida da execução orçamentária na Prefeitura.

Eu já havia anunciado, no mês de janeiro, que, de repente, não mais que de repente, surgiria um Diário Oficial com data de 31 de dezembro, e seria no mês de fevereiro ou no mês de março. Pois, depois daquela confusão toda do carnaval, o Prefeito mandou editar um Diário Oficial, no dia 13 de fevereiro, com data de 31 de dezembro. E há coisas muito estranhas aqui, não sei por que alguns decretos foram republicados. Eu não consigo entender a quantidade de recursos que havia na reserva de contingência, milhões e milhões são somados, sem mais nem menos. Não sei de onde tiraram tanto dinheiro. E até na republicação ele aproveitou, também, e colocou mais aqui alguns 50 milhões de reais de suplementação, nos últimos dias do ano. Fica muito difícil para a Comissão de Finanças fazer um acompanhamento da execução orçamentária.

Eu vejo aqui, por exemplo, que, no dia 27 de dezembro, o Prefeito abre crédito suplementar de 15 milhões, 773 mil e reduz despesas de capital, 11 milhões e 700 mil. O Tribunal de Contas, todos os anos, reclama que a Prefeitura coloca um valor bastante elevado em despesa de capital que nunca se realiza. E está usando 11 milhões, 679 mil das despesas de capital. Ver. Sebastião Melo, V. Ex.ª tem razão, é necessário cuidar melhor das suplementações e dos créditos especiais.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Primeiro, o nosso abraço afetivo a V. Ex.ª. Esse é um tema de alta relevância, aliás, o governo continuísta, nesse período de recesso, primeiro fez o tarifaço do ônibus na calada da noite. A inflação é de 10,73% ao ano e ele aplica quase 16%. Agora está lá o Conselho do DMAE querendo aplicar mais um tarifaço e faz essa suplementação. Quero dizer a V. Ex.ª que tenho uma proposta que levarei aos companheiros de Comissão para que, imediatamente, o Sr. Secretário da Fazenda seja convidado a comparecer a nossa Comissão para fazermos um pente-fino sobre essa suplementação. Esta Casa tem que ter uma lógica diferente neste ano; ela não pode mais dar carta branca para o Prefeito, senão é melhor não ter Orçamento, porque o que acontece em Porto Alegre não é Orçamento. O Prefeito faz o que quer com o dinheiro público e isso, na nossa avaliação, não está correto.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sou grato a V. Ex.ª pelo seu aparte.

Gosto de ouvir quando os jovens do Partido dos Trabalhadores reclamam do autoritarismo, e ontem, na televisão, eu via o amigo Marcelo Danéris comentando sobre o tempo do autoritarismo. No tempo do autoritarismo havia autoridade. O art. 58 da Lei Orgânica, sob a égide da qual fui Prefeito, dizia assim: “Os créditos suplementares só podem ser abertos no segundo semestre do exercício, e os especiais, a partir do segundo trimestre, salvo disposição expressa em contrário”. Isso não foi repetido na nova Lei Orgânica, que dizem que é magnífica, que é cidadã, cópia da Constituição brasileira. Não foi repetido. A autoridade foi perdida, ficou o autoritarismo agora; antes tinha autoridade, tinham que submeter à Câmara qualquer coisa. Dizia aqui: (Lê.) “Os créditos especiais, extraordinários não podem ter vigência além do exercício em que foram autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites dos seus saldos, poderão viger até o término do exercício financeiro subseqüente”. Eles copiaram isso aqui como mais um parágrafo da Lei Orgânica. Mas, Sr. Presidente, eu disse que, ao final, solicitaria o apoio de V. Ex.ª no que se refere à fúria de fazerem decretos de suplementação. Já nos primeiros dias do ano, havia suplementação. No dia 31 de janeiro, o Prefeito editou um Decreto que levou o n.º 13.630, e quer-me desapropriar. Eu nunca havia visto isso aqui. Está aqui uma rubrica: “Desapropriação do Dib”, 4 mil e 65 reais. Será que eu valho tão pouco? Eu quero que V. Ex.ª me socorra e não deixe que eu seja desapropriado pela Administração da Prefeitura. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é com satisfação que retomamos os trabalhos do Plenário, após a Representativa, para trazer um assunto que causou surpresa e revolta em muitos cidadãos porto-alegrenses na véspera do feriado de carnaval, sexta-feira. Cinqüenta e nove árvores de grande porte, na Av. Goethe, começariam a ser retiradas em pleno feriado de carnaval pela Prefeitura de Porto Alegre. Assim teria sido feito, porque, se não fôssemos nós e o Ministério Público, essa obra, sem consulta prévia à sociedade, já teria sido realizada. Essa obra implica no alargamento da Goethe, portanto, no estreitamento das calçadas. Portanto, a política de priorizar os carros em detrimento do meio ambiente, do pedestre, do comércio e das residências continua sendo a prática da Prefeitura de Porto Alegre, que, durante o Fórum Social Mundial, com razão, condenou políticas que visam a apenas sistemas rodoviários e de transportes rodoviários, mas ela pratica exatamente isso. “Façam o que eu digo, não façam o que eu faço.” Essa é a política da Prefeitura de Porto Alegre, uma política conservadora e tradicional que prioriza o carro em detrimento da paisagem, do regime urbanístico, das residências e dos pedestres.

O pior é que, no momento em que a sociedade não foi consultada, a Prefeitura, mais uma vez, atropelou a nossa legislação, o nosso ordenamento jurídico, porque o Plano Diretor, a Lei Orgânica e outros mecanismos jurídicos dizem claramente que, em obras deste porte, no caso o alargamento de uma avenida como a Goethe, deve haver a consulta prévia da sociedade, da associação dos moradores do bairro, do Conselho Municipal do Meio Ambiente, deve haver uma audiência pública prévia, como prescreve o Código Estadual do Meio Ambiente, mas nada disso foi feito. Há trinta anos, em pleno regime militar, o Prefeito Thompson Flores tentou fazer a mesma obra, ou seja, a retirada de árvores na Av. Goethe, mas a sociedade não permitiu isso e foi respeitada, em pleno regime militar. Mas, agora, uma Prefeitura que diz, entre aspas, que deve se radicalizar a democracia tenta, ou tentou, em pleno feriado de carnaval, retirar as árvores e estreitar as calçadas da Av. Goethe. Não fosse a nossa atuação, a nossa representação ao Ministério Público - e mais uma vez devemos à ação do Ministério Público Estadual -, essa obra já teria sido iniciada. O que nós queremos e vamos debater na quarta-feira, dia 20, com a sociedade, é saber como podemos resolver o problema de tráfego na Av. Goethe, que realmente existe. Mas nós temos de debater isso com a sociedade. Ali existe, por exemplo, um problema sério de alagamentos. Retirando árvores e canteiros, vai agravar ainda mais o problema. Para onde irá a água? Onde ela irá penetrar?

Lamentamos o fato. Isso foi tema na imprensa, no sábado, em pleno carnaval, e hoje esse assunto está sendo retomado. É a mesma política da III Perimetral, atropelando a comunidade, as características residenciais e culturais de uma sociedade, mais uma vez para priorizar o carro, mais uma vez para adotar um sistema de transporte rodoviário condenado no Fórum Social Mundial, mas que é praticado aqui por quem patrocinou esse Fórum, que condena uma coisa, mas que pratica exatamente o que condena. Lamentamos esse fato, mas conseguimos, através do Ministério Público, evitar ou melhor suspender este Processo sem antes debater com a sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Recebemos um comunicado do Partido do Movimento Democrático Brasileiro e solicito ao Ver. Paulo Brum que faça a leitura do mesmo.

 

O SR. PAULO BRUM: Comunicamos para os devidos fins que a partir desta data o Ver. Fernando Záchia passa a exercer a Liderança do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, PMDB, assinado pelo Ver. Sebastião Melo e Ver. Fernando Záchia.

Sr. Presidente também apregôo desarquivamento do Proc. n.º 4448/01, PLL n.º 290/01, do Ver. Luiz Braz; também do Proc. n.º 1827/01, PLL n.º 109/01, do Ver. Luiz Braz; Proc. n.º 3197/00, PLCL n.º 022/00, do Ver. Luiz Braz; Proc. n.º 3049/00, PLL n.º 203/00; e o Proc. n.º 1357/00, PLCL n.º 008/00, também do Ver. Luiz Braz.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Agradeço ao Ver. Paulo Brum. O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, eu quero desejar a todos uma volta cheia de saúde, força para o trabalho e dedicação a esta Casa. Quero desejar também ao Presidente pleno êxito nesta tarefa árdua, difícil, de comandar trinta e três Vereadores com a sua heterogeneidade, desejar que o Presidente tenha a capacidade de fazer aqui junto conosco aquelas mudanças necessárias no Regimento, para que nós possamos ter mais agilidade nos trabalhos, que os trabalhos fluam com mais naturalidade, com mais precisão e até com mais agilidade, e que nós possamos levar aos cidadãos porto-alegrenses a estrutura, o trabalho que os Vereadores fazem aqui, as suas Comissões, as suas responsabilidades, seu trabalho nas respectivas Comissões, é um ano eleitoral, um ano difícil, em que as bancadas, os partidos com as suas características irão defender os seus interesses, mas, principalmente, visando ao interesse da comunidade de Porto Alegre, do nosso Estado e por que não dizer, do Brasil, já que nós estamos numa capital tão importante, a Capital gaúcha.

Nós estamos preocupados porque o ano já começa com aumentos. Nós, oposição nesta Casa, que fortemente não deixamos que o IPTU pudesse crescer, massacrar o cidadão, o aposentado, muitos que não têm, muitas vezes, condições de pagar um aumento brutal, que era previsto pelo Executivo Municipal, vemos agora o aumento das passagens: 15,19. No mês de janeiro, nas férias do cidadão porto-alegrense, que volta e se depara com esse aumento, que para muitos não parece ser muito - 15,19 -, dá um e pouco, mas para o cidadão que vai, que volta, que tem de trabalhar isso realmente é muito, porque ele não recebe o aumento nem do Executivo Municipal, e, portanto, esse aumento pesa sensivelmente no bolso do cidadão.

Com relação ao problema dos alagamentos da Cidade, creio que o Orçamento Participativo tem de se fazer mais presente, porque é um órgão, digamos assim, ideológico do PT, uma bandeira forte do Partido dos Trabalhadores; portanto o Orçamento Participativo tem de participar mais, porque, às vezes, dá a entender que ele serve a uma camada que pertence ao Partido dos Trabalhadores, mas não serve à população porto-alegrense num todo. É um problema que vamos, até no Orçamento do Município, discutir melhor nesta Casa.

Ver.ª Clênia Maranhão, na Comissão de Direitos Humanos, quero propor que na terça-feira possamos convidar o Executivo, os representantes das entidades carnavalescas para vermos o que foi que houve, qual foi o problema que atrapalhou esse desfile e que trouxe uma ansiedade enorme aos foliões, que trouxe um prejuízo ao bolso do cidadão porto-alegrense, que está reclamando, que muitas vezes trabalhou o ano inteiro ou teve o seu salário sacrificado para comprar uma fantasia para desfilar na sua escola, o cidadão porto-alegrense que foi às ruas festejar e, infelizmente, teve de sair, de manhã, para ir trabalhar não conseguindo nem sequer olhar o desfile. Pagou seu ingresso, acreditou nesta cultura do carnaval porto-alegrense. E nós vamos convidar estas entidades para que possamos ter um parâmetro do que iremos fazer pelo nosso carnaval. Mas existe, também, o lado bom, discutirmos mais sambódromo, pista de eventos. E esse fracasso do carnaval deste ano no sentido de organização não é o fracasso, Sr. Presidente, dos carnavalescos em geral; não, é um momento de reflexão. Este é o momento em que esta Casa, o Executivo, as entidades, enfim a população de Porto Alegre devem discutir com mais profundidade o carnaval de Porto Alegre.

Portanto, a partir de terça-feira teremos condições de ouvir as pessoas e convidá-las a participar da nossa Comissão para que possamos fazer um diagnóstico do carnaval e propor até idéias para encaminharmos objetivamente um sambódromo real, concreto, no Centro de Porto Alegre, que dê valorização e organização ao carnaval de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, quero cumprimentá-los pelo reinício dos trabalhos de mais um ano legislativo, dizendo que para o trabalhismo, neste ano, festejaremos três datas muito importantes. No dia de hoje, 15 de fevereiro é comemorado o aniversário de formação da Juventude Socialista do PDT em 1982. E no dia de amanhã, dia 16, teremos a efeméride muito emblemática e importante, se refletindo até nas políticas dos dias atuais, que foi o nascimento de Francisco Julião de Arruda. Grande trabalhista, ideólogo das ligas camponesas e o primeiro a se preocupar com a distribuição de terras pelo Brasil. Amanhã, também, ao festejarmos o aniversário deste grande pensador popular, trabalhista que morreu em 1999, temos, o aniversário da encampação da CRT por Leonel Brizola, dia 16 de fevereiro de 1962, mostrando, já desde aquela época, a forte posição do nosso comandante trabalhista, no sentido do patriotismo, no sentido da valorização do nosso País, através da encampação dentro do nosso Estado. E no dia 17 temos a prantear a morte de outro grande ideólogo trabalhista, o homem que trouxe a grande filosofia abandonada pela maior parte dos partidos de esquerda, inclusive, que é o nosso querido Darci Ribeiro, que pensou a pedido de Leonel Brizola, a escola de turno integral, que deve ser uma bandeira que o PDT deve retomar e começar a apresentar não só como programa de Partido, mas com o objetivo a alcançar através dos Legislativos, forçando os Executivos a poderem trazer melhor cultura, melhor ensinamento, melhor tratamento para as nossas crianças, e aí sim se pensar em tirar os pobres das ruas, através dos CIEPs, através das escolas de turno integral que Darci Ribeiro, em 1997, no dia 17 de fevereiro nos deixou.

Mas não é só lembrança de datas, temos, aqui, de falar de carnaval. No Rio de Janeiro, o carnaval se expressando pela sua grande Escola de Samba, Estação Primeira de Mangueira, na voz ainda, do nosso querido e provecto Jamelão, com 86 anos, passando na Avenida, no Sambódromo, que foi construído no Rio de Janeiro por um gaúcho, Leonel Brizola, está trazendo a Mangueira campeã do carnaval no Rio de Janeiro. E aqui, entre nós, não foi só aquela grande confusão que aconteceu no carnaval, eu tenho de primeiro parabenizar os Bambas da Orgia, os Bambas da Orgia que fez um trabalho bonito, um carnaval técnico, um carnaval de 1º lugar e tirou o 1º lugar no Carnaval em Porto Alegre, os Bambas da Orgia. E, adianto aos senhores, vou formalizar um Pedido de Louvor neste momento difícil da cultura de Porto Alegre, na cultura do Rio Grande do Sul, Os Bambas da Orgia brilhar como uma estrela azul, campeã.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Dr. Humberto Goulart, conforme o Regimento desta Casa, art. 57, inciso IV, protocolei um Requerimento solicitando a instalação de uma Comissão Externa - penso que a Casa, os trinta e três Vereadores devem se juntar – para que seja esclarecido o que ocorreu no carnaval de Porto Alegre. Não é possível ficarmos calados com o que ocorreu no desfile de carnaval. Nós estivemos presentes na última noite e podemos assistir aos fatos lamentáveis que lá ocorreram e isso precisa ser apurado. Alguém tem de ser responsabilizado.

Portanto, Vereador, está protocolado o pedido de instalação de uma Comissão Externa e V. Ex.ª também fará parte deste grupo de Vereadores para apurarmos as irregularidades ocorridas neste último carnaval.

 

O SR. DR. GOULART: Estarei com o colega Vereador no estudo desta Comissão.

Quero falar também no bom desfile que fez o Estado Maior da Restinga, pois imaginava-se que passaria muito ruim, falava-se que não desfilaria. Desfilou e fez um carnaval razoavelmente bom para as condições que se apresentavam.

Para encerrar, meu querido Presidente Fortunati, quero dizer que nada mais notório, neste momento, do que a necessidade de uma pista de eventos para Porto Alegre. Tudo o que aconteceu neste carnaval tem que ser responsabilidade de alguém. Alguém tem que ser responsabilizado: a Associação de carnaval? As escolas de samba, pontualmente ou o Executivo? A quem imputar a culpa de tudo o que ocorreu neste carnaval?

Então, é certo que precisamos começar a estudar mais profundamente a localização do sambódromo. Precisamos de uma pista de eventos – sambódromo – em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Senhoras e Srs. Vereadores, evidentemente que a temática, decorrida a virada do ano, está rica em assuntos, em fatos que, por certo, nos prenderia na tribuna examinando diferentes fatos. Fatos comuns às três esferas de Poder: Executivo Estadual, Município, Estado e União e fatos pontuais, localizados, como essa questão recente ligada ao carnaval. É inédito, na história do carnaval em Porto Alegre, um acontecimento que tenha os contornos do ocorrido no último carnaval. E a Prefeitura não reconhece a decisão tirada pelo fórum, pelo colégio julgador, por assim dizer, cujos fatos devem estar retidos nos bastidores, mas que a sociedade precisa conhecer, e é bom que conheça. Esta Casa tem, sim, um papel importante em desvendá-los, e deve fazê-lo.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, outra questão séria e muito debatida nesta Casa, ao longo do tempo, e muito debatida por mim é a questão dos alagamentos em Porto Alegre. Há alguns anos, chamávamos a atenção de que a Administração do Partido dos Trabalhadores tinha uma visão de que se deveria mostrar asfalto, quando, na realidade, para o subterrâneo da Cidade, por assim dizer, para os esgotos, não havia uma política firme no sentido de se abrirem, em Porto Alegre, galerias capazes de absorver as águas. As chuvas mantiveram-se dentro de um parâmetro regular nesses últimos dez, quinze anos; houve pequenas diferenças. Houve de forma desproporcional um crescimento das águas; a Cidade cresceu também e não houve um acompanhamento, uma proporção, uma relação entre os investimentos subterrâneos ligados ao escoamento das águas e o crescimento da Cidade e uma política relacionada com os asfaltamentos. Uma questão que é comum, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que continua latente e preocupante é a questão da violência, a questão ligada à delinqüência, aos assaltos. Nós tivemos acontecimentos trágicos como a morte do Prefeito de Campinas, Celso Daniel, e uma série de informações e dados colocando o nosso País, por assim dizer, no pódio da violência.

Temos discutido, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, e temos uma visão sobre o Estado do Rio Grande do Sul, onde a violência cresceu assustadoramente: pelos fatores comuns que assolam o País, sob o ponto de vista da violência, mas também por um fator típico de administração. Em matéria de administração estadual no que respeita à violência, a visão política do Partido dos Trabalhados é extremamente precária; é uma visão equivocada, vesga.

Então, nós precisamos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste ano importante por ser ano eleitoral, debater todas essas questões, no sentido de buscarmos uma solução. Evidentemente que as coisas não são fáceis, mas se houver um grande mutirão nacional, nós poderemos minimizar esses fatores que angustiam e que fazem a verdadeira tragédia da sociedade brasileira. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, ao retomarmos os trabalhos nesta Casa Legislativa, eu penso que é o momento de olharmos um pouco para aquilo que esta Casa, que esta Cidade desenvolveu do ponto de vista das políticas públicas. E é também o momento de afirmarmos as perspectivas que a população espera desta Casa Legislativa. Eu sou um Vereador de primeira legislatura, mas milito na política há bastante tempo, e já acompanhava, antes de ser Vereador, que o Poder Executivo, ao longo destes dez anos, foi tirando, anualmente, as prerrogativas desta Casa. Acho que esta Casa foi conivente e muitas vezes aceitou isso pacificamente. O Poder Executivo, quando estamos no período de recesso, aproveita, no calor do carnaval, durante a folia popular, para aprovar especialmente taxas e impostos, aquilo que mexe no bolso do trabalhador. Não fosse a movimentação de setores da sociedade, nos quais me incluo, o Conselho do DMAE já teria aprovado o tarifaço de 18% na taxa de água e esgoto, e de 15% nas outras taxas complementares. Só não fez isso porque a imprensa chamou a atenção e fez com que os conselheiros revisassem a sua posição, pedissem vistas do processo e levassem o assunto para a semana vindoura.

Mas o Prefeito, na calada da noite, reuniu o conselho imperial do Conselho Municipal de Trânsito e, mais uma vez, o Conselho de Trânsito chancelou o aumento das passagens de ônibus. Quando tivemos uma inflação, no ano, de 10,73%, pelo IGPM, o Prefeito coloca 15,79% de aumento no transporte coletivo.

Quero dizer que a Associação dos Transportadores de Passageiros está absolutamente correta. Eles são empresários, solicitam o aumento, e quero dizer que eles estão cumprindo o seu papel. Absolutamente correto e normal! Agora, o que não é correto é que o Prefeito, antes de ser pedido o aumento, decrete o aumento. Mas, mais do que isso: a Central Única dos Trabalhadores vai ao Conselho do transporte coletivo e vota favoravelmente ao aumento do transporte coletivo. Mais ainda do que isso: o cidadão, representante da CUT, preside o Conselho - eu mandei requisitar as fitas, e espero que a Prefeitura não as sonegue -, e dizem que ele cassa a palavra dos que querem defender o não-aumento.

Vou mais além, aos meus queridos amigos admiráveis da UMESPA, que estão sempre na esquina democrática defendendo a cidadania, mas que vão lá e votam pelo aumento do transporte coletivo. Não posso entender isso. Das vinte e três entidades do Conselho Municipal de Transporte Coletivo nove não comparecem à reunião para dar o seu veredicto sobre esta matéria. Esta matéria é polêmica. Esta Casa já abriu mão, em determinado momento, de que passasse por ela o aumento das passagens. Eu vou entrar com um Projeto de Lei, que estou elaborando, neste final de semana, que preserva exatamente o seguinte: o Prefeito Municipal faz as tratativas, o Conselho Municipal opina sobre a matéria nos mesmos moldes em que hoje está acontecendo, mas esta Câmara tem de votar o aumento da passagem; se depender da vontade deste Vereador.

Quero andar pelas ruas de Porto Alegre e, quando um cidadão me consultar e perguntar: “Vereador, subiu a passagem?”, eu não quero responder: “Eu não tenho nada a ver isso”. Eu tenho a ver com isso, porque fui eleito Vereador de Porto Alegre para também trabalhar com isso. Eu não posso admitir que empresas concessionárias do Serviço Público não tenham tido auditoria, por exemplo, nesses dez anos. Acho que teremos um bom debate sobre esta matéria, porque achamos que o Prefeito não tem o poder imperial de decretar aumento. É um milhão para o fórum sem autorização legislativa, é aumento da taxa do DMAE, é tentativa de aumento do IPTU, é aumento da passagem de ônibus, é suplementação de verbas de caminhão a caminhão, e esta Casa não se afirmará se ela não colocar um freio nessa vontade imperial do “Sr. Tarso FH”; não se afirmará em nome da cidadania se ela não colocar um freio nisso. Esta Casa tem o papel fundamental da fiscalização, e disso nós não podemos abrir mão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, fala-se muito de que o ano começa depois do carnaval. Não é verdade! Para poucos começa depois do carnaval, mas para o povo mesmo começa no dia 2 de todos os janeiros de nossas vidas. Experimente aquele que, pondo as mãos para o céu por estar empregado, ficar sem aparecer no serviço... Está na rua! O ano começa depois do carnaval para quem tem. Terminado o recesso, supernecessário, vamos ao trabalho! Mas será que vamos fazer alguma coisa neste ano ou vamos só defender nossos Partidos, posições ideológicas, votar um projetinho aqui, outro ali e enrolar de novo? Que tal pegarmos como ponto de partida, a partir de hoje - não sei como, mas estou aí para ser escalado para o que for preciso -, “fazer o parto sem dor” dessa encantada pista de eventos que já encheu as medidas? Vamos colocar a pista de eventos para ser usada, junto com os carnavalescos também pelos tradicionalistas, também pelos militares para os seus desfiles cívicos, para as escolas inclusive. Quem sabe se, juntando outros segmentos da sociedade, nós façamos essa pista de eventos? Que tal formarmos uma comissão, hoje, escalada pelo Presidente da Casa, sem interesses partidários, que arregace as mangas para construirmos a merecida pista que os carnavalescos reivindicam e levarmos, na garupa, os militares, os tradicionalistas, as escolas para os desfiles?

Acompanhei atentamente o que aconteceu no festival de vexames que foi o carnaval porto-alegrense na madrugada de terça para Quarta-feira de Cinzas. Aquilo que aconteceu ali não combina conosco.

Falando em Fórum Social Mundial, um orgulho que deveria ser de todos nós, não só do PT - não é mesmo, Presidente José Fortunati? -, pois é, onde é que fica aquele plano, aquela operação de segurança que foi executada durante os dias do Fórum? Será que só os que nos visitam merecem ter a tranqüilidade de estarem numa cidade segura? Nós, que moramos e fazemos esta Cidade, não temos o mesmo direito? Por quê?

Outra coisa: por que o Governo Federal só vem a público falar que os bandidos passaram dos limites quando o atingido é alguém importante? A vida do rico, do famoso, do político vale mais do que a vida do Zé Povinho, como diria o meu saudoso amigo Mendes Ribeiro?

O que é que o seu Fernando quis dizer com que “agora passou dos limites”? Quer dizer que a violência tem limites? Que horror!

A revista Veja desta semana, traz em destaque que o Sr. Raimundo Rosélio Costa, que participou do seqüestro do empresário Abílio Diniz - lembram? -, foi convidado para coordenar uma das oficinas do Fórum Social Mundial. É verdade isso? Quer dizer que esse também é um encontro para confraternizar com seqüestradores? Perguntar não ofende. Ou agora também já ofende? O que é que uma sociedade que se reúne para falar de paz quer com seqüestrador? Deus do céu! Esse Rosélio sabe tudo de guerrilha e de seqüestro, mas eu, particularmente, não quero aprender nada a esse respeito, mesmo porque a bandeira que defendo é a do ser humano e da solidariedade, nunca ensinamentos de guerrilheiros ou de país que ainda tenha o famigerado sistema da ditadura.

O recado que eu queria dar, rapidamente, à Ver.ª Sofia Cavedon - que me chamou de irresponsável num jornal aqui de Porto Alegre, naquela denúncia dos meninos e meninas de rua, durante o Fórum -: só quero dizer à minha querida Sofia que irresponsável é o menino Rafael, aquele com quem eu conversei lá na rua. Coitadinho, né? Ele que é o irresponsável.

Tivemos aqui o Secretário de Obras e Viação do Município, Ver. Guilherme Barbosa, representando o Prefeito Municipal Tarso Genro, nos desejando um ano de grandes realizações, democracia, liberdade e trabalho em conjunto. E daí, eu pego esse espelho de hoje e leio o seguinte: “Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que dispõe sobre o fornecimento de troco nos estacionamentos rotativos pagos, etc. Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que isenta os proprietários, locatários residenciais do pagamento de tarifa dos serviços de estacionamento rotativo, área azul, etc. Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo, do Ver. Paulo Brum, que assegura às pessoas portadoras de deficiência, usuárias de cadeiras de rodas e cegos, o direito de embarque e desembarque fora dos pontos de parada de ônibus, etc. Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que dispõe sobre o impacto socio-econômico causado pelas obras públicas nas áreas de sua execução. Veto Total ao Projeto de Lei Complementar Legislativo, do Ver. João Carlos Nedel, que autoriza o Poder Executivo a criar o Conselho Municipal de Família. Veto Total ao Projeto de Lei do Ver. Nereu D’Avila, que autoriza o Executivo a criar o Fundo Municipal de Crédito Educativo. Veto Total ao meu Projeto do restaurante popular. Veto Total ao Projeto do Ver. Humberto Goulart, que autoriza o médico sanitarista a internar. Então, Veto Total para tudo! Não tem Veto Total para nenhum Vereador da Bancada do Governo! É assim que se faz política ou essa é maneira de o PT fazer política? Perguntar não ofende. Ou ofende, também? Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu queria fazer aqui uma homenagem a um trabalho que foi desenvolvido no Estado do Rio Grande do Sul por uma organização não-governamental, a Fundação Thiago Gonzaga, que promoveu nesse carnaval uma campanha intitulada "Carnaval com Vida". Penso que foi uma das grandes demonstrações dessa entidade da contribuição que tem dado à sociedade civil, na luta pela preservação da vida. Lembro-me muito das discussões que foram feitas neste País, quando tramitava no Congresso Brasileiro o novo Código de Trânsito, a defesa que era feita pelos especialistas sobre a importância de que os recursos das multas tivessem parcela designada às campanhas educativas.

No Brasil, muitas vezes, a pressão da comunidade faz com que tenhamos grandes leis. Isso foi incorporado ao Código. A grande dificuldade é a aplicação das leis como elas foram aprovadas. Fundamentalmente, quando essas leis correspondem a uma vontade da sociedade, mas ainda não estão implícitas, incluídas na consciência dos governantes.

Quando nós abrimos os jornais do Brasil inteiro após os festejos de Natal, carnaval, ano novo, feriados, infelizmente, as maiores manchetes são as mais dramáticas: referem-se, normalmente, à violência urbana e à violência no trânsito.

A campanha feita no Estado do Rio Grande do Sul, não pelo governo, mas por uma entidade da sociedade civil, no caso uma ONG, a Fundação Thiago Gonzaga, penso que foi uma campanha que sensibilizou todos aqueles que a acompanharam, e que tem de servir de referência ao Município de Porto Alegre, onde presenciamos todos os finais de semana jovens que saem das boates sem nenhuma condição de dirigir e sem que sejam motivados, através de uma campanha pública, dos riscos que implica dirigir na noite, estando alcoolizado.

A campanha não é uma campanha repressiva, não é no sentido de impedir o lazer, a participação, a alegria da juventude: foi uma campanha que criou condições concretas, materiais e que, como diz a juventude, ganhou a juventude para aquela posição. Foram colocados ônibus, os chamados “buzuns”, à disposição da juventude para que, ao saírem das casas noturnas, após as festas de carnaval, pudessem ir para suas casas em segurança. Medidas extremamente simples, como a colocação dos bafômetros, que mostravam àqueles jovens que eles não tinham condições de dirigir. E 66% das pessoas que saíam das festas não estavam em condições de dirigir, mas através do diálogo, inclusive com uma forma bem-humorada de abordagem, incentivava aqueles jovens a não voltarem para casa de carro, mas a pegarem carona com outros que não estavam alcoolizados.

As medidas que garantem a vida são extremamente simples, são medidas de convencimento, de respeito às posições das pessoas, medidas que, através do diálogo, conseguem modificar o comportamento, garantir uma modificação desse comportamento, permitindo que as pessoas cheguem as suas casa em segurança.

Por isso dediquei o tempo de Liderança do meu Partido, o PPS, nesse primeiro dia de retorno às Sessões plenárias ordinárias desta Casa, para fazer uma congratulação pública à Fundação Thiago Gonzaga, aos voluntários daquela fundação que ocuparam seus dias de lazer nesse carnaval na defesa da vida da juventude. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que acompanham os nossos trabalhos nesta bela manhã de sexta-feira, após uma Quarta-feira de Cinzas tragicômica, para não dizer cômica ou trágica. De qualquer maneira, já há iniciativas concretas de Vereadores em relação ao aprofundamento do submerso carnaval de Porto Alegre. O carnaval está afundando, e se esta Casa, o Poder Executivo e os próprios carnavalescos, através da sua associação não tomarem medidas radicais...

O carnaval de Porto Alegre, hoje, é notícia nacional pela sua negatividade. Mas nós ouvimos há pouco do Ver. Haroldo de Souza exatamente o perfil do Poder Executivo, que vetou todos os Projetos oriundos de Vereadores da oposição, Projetos como o do Ver. Dr. Goulart, que teve a unanimidade desta Casa, um Projeto que tem profundidade social, que atinge os anseios da saúde da população, que é um dos pilares e das angústias do povo brasileiro pelo reclame dos seus governos em qualquer nível, municipal, estadual ou federal; um Projeto de um Vereador médico, que é profundo estudioso, hoje Presidente da Comissão de Saúde, e que vai ter uma brilhante gestão à frente da Comissão, é vetado. Queremos pedir aos Vereadores da oposição que usemos a mesma energia da caneta do Sr. Tarso Genro em vetar os nossos Projetos, como o meu que está sendo repetido há anos - da criação do crédito educativo em Porto Alegre - e que eu já havia até negociado com a ex-Vereadora Maria do Rosário e com o ex-Vereador Henrique Fontana e que apresentei em nome daquela negociação.

Mas é evidente que o Sr. Tarso Genro faz ouvidos moucos. Mas quero que a mesma energia que ele tem para vetar os nossos Projetos nós tenhamos em não aprovar nada do Poder Executivo nesta Casa; que a energia que ele está tendo para disputar com o Sr. Olívio Dutra a pré-candidatura ao Governo do Estado os oposicionistas tenham para negar um a um todos os Projetos apresentados nesta Casa, a não ser aqueles que estiverem a favor dos interesses da Cidade, acima dos interesses pessoais desta Casa.

Quero, neste momento, adentrar, junto à Mesa Diretora desta Casa, com vinte assinaturas para retomarmos a CPI do DEMHAB. Sentimos a busca dos tribunais para colocar a sujeira para baixo do tapete, para esconder da população. Se o Sr. Tarso Genro não fosse pré-candidato ao Governo, o uso do Poder Público, do dinheiro público, do dinheiro do povo para a TVE projetar o Governador do Estado e os CC’s do Estado, denunciado pelo Sr. Tarso Genro que gritasse o nome do Sr. Olívio Dutra nas passeatas do Fórum Mundial para que ele seja ungido como candidato.

Essa podridão veio à lume pela disputa deles lá, porque, senão, não viria. Que a mesma podridão do DEMHAB agora seja retomada por esta Casa acima de questiúnculas judiciais, mas que os interesses que devem ser acima de qualquer pendenga, retomados, por intermédio daquilo que nós vínhamos averiguando tão bem, se não fossem os óbices, as postergações, as faltas de quórum e outras tantas questões que fizeram com que não fosse possível a CPI do DEMHAB ter conclusão. E agora nós não poderíamos esperar seis, oito ou dez meses, apesar do recurso desta Casa à decisão do Sr. Juiz, que considerou que a suspensão que houve da CPI não fosse computada.

Dentro desse cálculo, ela estaria, no fim de novembro, extinta. Por isso, estamos retomando a CPI do DEMHAB para o povo que sofre, luta e que até hoje não teve uma resposta positiva.

Há muitos indícios, inclusive declarações fortes de pessoas que aqui vieram, apesar das pressões do DEMHAB, que estão ainda por serem esclarecidas. Por isso, nós retomamos a CPI a qual necessitaria de onze assinaturas, mas temos vinte assinaturas, demonstrando novamente a força política desta Casa.

O Ver. Valdir Caetano sinaliza, no sentido de dar também o seu voto, completando vinte e uma assinaturas, o que demonstra bem a força que começa já, no primeiro dia de trabalho, nesta Casa, para retomar a uma questão importantíssima, que é o abandono da política habitacional em Porto Alegre, a espoliação do seu povo sofrido e das irregularidades, inclusive com fins eleitorais que foram feitas e que foram apuradas pela CPI. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, a saudação da Bancada do PC do B no reinício dos trabalhos, apesar de ontem houve uma Sessão da Comissão Representativa, a qual tivemos a oportunidade de compartilhar com diversos Vereadores que hoje aqui estão.

Hoje, ao iniciarmos os trabalhos, queremos em nome da Bancada do PC do B, falar a respeito de um grave problema que enfrenta a humanidade, o nosso País e a nossa Porto Alegre, que é a crescente miséria que se alastra em todo o globo. Deve ser buscada a sua solução e investigadas as causas da sua existência e do seu aumento.

No Fórum Social Mundial um dos seminários tratou de que prioridade os povos teriam frente à fábula de bilhões de dólares que são gastos no mundo somente no armamentismo, na guerra, na destruição da própria humanidade. E pasmem os senhores, os dados indicam um gasto anual de 800 bilhões de dólares, mostrando que a causa da miséria, Ver. João Antônio Dib, não é a inexistência de riqueza da humanidade, não é a incapacidade de produção da humanidade, seja agrícola, seja industrial; a técnica, a tecnologia avançaram de maneira tal que a humanidade toda poderia ter a sua casa; todos terem a sua alimentação; todos terem o seu vestuário. O que existe é uma sociedade organizada de uma forma inadequada, onde o interesse da produção não é a satisfação das necessidades dos trabalhadores, dos que produzem; o objetivo da produção é o acúmulo crescente de capital, cada vez em mãos de um número menor de pessoas, quando ao mesmo tempo a miséria se espraia, se expande e adquire contornos cada vez graves. E no Fórum Social Mundial a votação realizada entre os participantes apontou, entre os inúmeros problemas da humanidade, que o central seria o enfrentamento da questão da fome, a questão da miséria. Trago alguns dados que mostram como esta questão está ligada a decisões dos homens, e não a desígnios divinos, por ventura, inatingíveis para todos nós. Tomemos o caso da Argentina, Ver. João Antônio Dib, exemplo claro, transparente de a que tem levado este projeto de globalização neoliberal. Em 1974 os 10% mais ricos tinham 37,5% da riqueza da Argentina, o que já é um absurdo; passados os anos de neoliberalismo, os dados indicam que esses 10% mais ricos hoje possuem 52,6% da riqueza da nação. Enquanto isso, os 10% mais pobres, que tinham 2,5% da riqueza, hoje se reduzem a 0,3%. E, nos últimos doze meses, a degradação social aumentou 95,4%. Os dados da OIT - que se refletem no Brasil, que se refletem no Rio Grande do Sul, que se refletem em Porto Alegre - indicam que no mundo há um bilhão de pessoas em condições indecentes de trabalho, englobando cento e sessenta milhões de desempregados e oitocentos e quarenta milhões de subempregados. A cada dia, três mil pessoas morrem nas situações da globalização neoliberal por causa de acidentes de trabalho ou doenças profissionais, e duzentas e cinqüenta milhões de crianças são forçadas pelo capitalismo neoliberal a trabalhar desde a mais tenra idade! No Brasil acaba de ser divulgada uma pesquisa, realizada pelo Prof. Márcio Pochmann, da UNICAMP, mostrando o crescimento vertiginoso, nos últimos anos, da degradação das condições de vida e de trabalho do nosso povo, questão que trataremos numa outra oportunidade, por falta de tempo no dia de hoje.

Queríamos dizer, para concluir, que essa bandeira do combate à miséria, do combate ao desemprego, do combate à degradação social será uma bandeira que a Bancada do PC do B levantará com grande veemência neste novo ano de trabalho, trazendo essa questão também na cidade de Porto Alegre para o seu enfrentamento. É preciso um novo rumo para o Brasil, e trabalharemos, junto com toda esta Casa, para isso. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Reginaldo Pujol, nós, tomando ciência, neste momento, através da entrega ao Sr. Presidente, por parte do nobre Líder da Bancada do PDT, Ver. Nereu D’Avila, de Requerimento subscrito por mais de uma dezena de Vereadores, não sei exatamente o número de assinaturas coletadas, relativamente à CPI do DEMHAB, e tendo em mãos, Sr. Presidente, uma decisão prolatada pelo Juiz Dr. José Luiz Jobim dos Santos, que entendeu não cabível na interpretação do prazo certo da questão em relação ao tempo determinado de uma CPI, ou seja, a CPI que se desenrolou durante o ano passado. Houve uma medida judicial e o entendimento, em sentença de primeiro grau, é a de que não cabia suspensão da CPI. Na verdade, houve um recurso da Câmara de Vereadores contra essa decisão de primeiro grau. A matéria se encontra sub judice.

A nossa colocação, Sr. Presidente, é que a Mesa Diretora, através de V. Ex.ª, que agora dirige os trabalhos, deva se debruçar no sentido de que, como existe o recurso feito pela Câmara relativamente a uma CPI, e se o recurso for provido, ela pode ser extinta. Mas na hipótese do recurso da Câmara de Vereadores, proposto pela Mesa, vir a ser provido significa que cabe a suspensão e reforma a sentença de primeiro grau. Não sendo provido, a CPI está extinta. Sendo uma matéria sub judice, não poderia ser aberta uma nova CPI sem que seja a questão dirimida pelo Poder Judiciário.

Estou fazendo este esclarecimento, caso o entendimento da Mesa, Sr. Presidente, for no sentido do recebimento do Requerimento proposto pelo Ver. Nereu  D’Avila; aí, então, nós vamos dele recorrer. Neste momento, estamos apenas fazendo essas alegações para colaborar com o bom andamento dos trabalhos neste reinício do ano legislativo.

Queremos, por fim, com a sensibilidade de V. Ex.ª, dizer que reconhecemos o instituto da CPI como instituto importante da fiscalização da aplicação dos recursos públicos, mas há, neste caso, o impedimento de ordem jurídica de que nova CPI possa se estabelecer, eis que há uma pendência em área judicial. Acho que a minha intervenção colabora com os trabalhos da Casa e este é o nosso objetivo, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Eu acolho a manifestação de V. Ex.ª como cautelar. É o único enquadramento que posso dar no momento, porque a Mesa Diretora, de fato, recebeu um Requerimento determinando que o mesmo fosse protocolado. Sobre ele não tomamos ainda nenhuma posição, e não poderíamos fazê-lo sem a sua tramitação legal. Mesmo porque V. Ex.ª não fez nenhum Requerimento, nem Questão de Ordem, apenas fez um alerta cautelar que não tem muito ajuste no Regimento mas o recolho em homenagem a V. Ex.ª.

 

O SR. NEREU D’ AVILA: Sr. Presidente, em respeito à Mesa, à Casa e a todos gostaria de dizer duas coisas apenas para contestar a Questão de Ordem ou o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro.

Em primeiro lugar: vinte e uma assinaturas encaminharam o Requerimento. Segundo, na realidade a sentença do Dr. Juiz extingui a CPI, porque, se ela anulou o prazo de suspensão, tirado esse prazo, a CPI esgotou-se em meados de 20 ou 19 de novembro do ano passado. E, por último, Sr. Presidente, queremos deixar claro que a jurisprudência é farta, clara e cristalina, inclusive em nível federal, do Supremo Tribunal, de que só não poderia renovar a CPI tendo o mesmo objeto, como nós tomamos o cuidado de não ser o mesmo objeto daqueles dezenove itens elencados na primeira CPI, e com vinte e uma assinaturas está contemplado o Regimento e a Lei Orgânica, portando a nova CPI é legítima Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Agradeço a V. Ex.ª, recolho como defesa prévia numa cautelar do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Esse Requerimento é no sentido de que essa matéria seja encaminhada à Procuradoria para que ela possa se manifestar, porque a possibilidade é em cima e calcada no fato de que houve um recurso da Câmara de Vereadores, legítimo, e no caso de ser provido esse recursos, teríamos duas CPIs e isso é impossível. Então, o Requerimento, Sr. Presidente, é de que essa matéria seja encaminhada a douta Procuradoria para que se manifeste, dando auxílio à Mesa. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Eu acolho o Requerimento de V. Ex.ª. Acredito, Vereador, não quero ser precipitado, que se trata daquelas situações em que o Requerimento tem de ser por escrito, acredito que seja. De qualquer forma, eu defiro o prazo para V. Ex.ª fazer o Requerimento que eu considero encaminhado verbalmente, só quero que V. Ex.ª o formalize.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, quero, em auxilio à Mesa, dizer que é improcedente esse Recurso do Vereador, porque V. Ex.ª não tomou nenhuma medida. Os recursos, pelo Regimento, são quando aceita ou recusa algo; por enquanto V. Ex.ª apenas mandou protocolar, conforme palavras de V. Ex.ª; portanto, neste momento não cabe recurso algum.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Eu não entendi como recurso, entendi com um requerimento a ser formulado pelo instrumento protocolar adequado. E, evidentemente, qualquer que fosse o encaminhamento, a Mesa se assessora da Procuradoria e diante de uma situação como essa não se furtaria de ouvi-la, até como uma medida de precaução.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no momento em que se instala a 2ª Sessão Legislativa da XIII Legislatura, não ficaria mal falar nos três erres: “Respeitar a sim mesmo, Respeitar aos seus semelhantes e Responsabilidade por suas ações”. Responsabilidade – eu tenho dito – é uma palavra muito importante na nossa vida particular; mas, sobretudo, quando se trata da vida pública.

Não ficaria mal falar em serenidade. Eu acho importante que haja serenidade entre todos os trinta e três Vereadores, porque o ano é eleitoral; acho importante que se busque soluções e não problemas; acho importante que as coisas sejam analisadas e que não haja precipitação, não haja preocupação de se fazer mais um projeto de lei, mais uma moção, mais um requerimento. Hoje já tem uma dezena e meia de requerimentos para serem analisados.

Eu acho que nós fazemos muitas homenagens nesta Casa e de repente as homenagens podem perder o seu valor pela quantidade que as fazemos. Isso deve ser pensado com serenidade, com responsabilidade sobre o que nós vamos fazer. Eu acho que não se pode fazer a utilização do Grande Expediente para fazer homenagens, porque, na realidade, nós quase nunca chegamos ao Grande Expediente na Sessão normal. O que se faz? Traz-se o Grande Expediente para frente, deixando-se de votar matérias da mais alta relevância que, no fim do ano, deverão ser votadas a toque de caixa, sem a serenidade e a responsabilidade necessárias para examinar um problema que diz respeito à cidade de Porto Alegre, sem termos tempo para examinar as contas e os balancetes que são entregues. Nós vamos fazendo Sessões, Sessões e mais Sessões. Acredito que podemos homenagear, eu já propus e vou reiterar a proposição. Se desejo homenagear essa entidade, aquela entidade, este país, aquele país, aquela pessoa, nada impede, na minha condição de Líder, que eu reúna três, quatro, cinco ou seis Líderes, há treze Líderes nesta Casa. Se acertamos em quatro, cinco ou seis ou até os treze Líderes, se utilizarmos o tempo de Comunicação de Líder, se todos respeitarem os 5 minutos e não ultrapassarem, nós teremos 65 minutos. Então faremos as homenagens necessárias para tornar grandes as Sessões Solenes, onde vamos homenagear aqueles que merecem ser homenageados, a entidade, a pessoa, a figura do passado para dar valor ao que fazemos aqui. Neste momento não fica mal falar em serenidade, em responsabilidade, em respeito a si mesmo, em respeito ao semelhante, tranqüilidade, pensar bem o que vamos fazer em matéria dessa e daquela Comissão, estender trabalhos, esquecer as moções, feitas em quantidades impressionantes, que, às vezes, colocam os Vereadores frente a frente sem nenhuma necessidade. Porque as moções aqui apresentadas não têm nenhum efeito para ninguém, a não ser para o Vereador ocupar a tribuna e dizer palavras que, de repente, criam tensões, criam emoções, e aí a responsabilização fica complicada. Talvez o melhor seja menos moções para que não haja confusão. Quantas vezes é retirado o quórum para que não seja votada uma moção? Isso é um prejuízo para nós e para a Cidade. Então é preciso serenidade, responsabilidade, menos moções, um estudo das homenagens. Não estou dizendo que ninguém deva ser homenageado; devem sim, há pessoas que merecem.

Portanto, Sr. Presidente, eu penso que fica bem falar em serenidade, em responsabilidade, e quero dizer: saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, iniciamos hoje um novo ano legislativo, que, como sempre, é importante para Porto Alegre. Nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, como tem sido a nossa postura ao longo desses anos, queremos contribuir para que este ano, assim como os outros anos, seja um ano de avanço para a cidade de Porto Alegre. Avanço em projetos, avanço em debates que coloquem Porto Alegre, como tem estado ao longo destes anos, como uma das capitais mais importantes do País e, com o evento do Fórum Social Mundial, não é exagero dizer que, hoje, nossa Cidade é uma das capitais e uma das cidades mais importantes do mundo, pois os olhos do mundo ficam voltados para nós durante cinco dias, quando o destino da humanidade é discutido aqui em Porto Alegre por tantos representantes de tantos países. E é dessa forma que Porto Alegre iniciou o ano: realizando o Fórum Social Mundial, com a participação de mais de sessenta mil pessoas, de mais de cento e oitenta países, com debates e oficinas importantíssimos não só para o desenvolvimento de Porto Alegre, mas que têm a intenção de pensar um novo mundo e que diz que “Um Novo Mundo é Possível”. É sob essa boa estrela que Porto Alegre inicia o ano de 2002. E essa disposição será permanente e incansável por parte da Bancada do Partido dos Trabalhadores aqui na Câmara de Vereadores.

Mas é importante registrar - e acho que quem nos acompanha está registrando - e lamentar a postura de alguns Vereadores que dizem frases irresponsáveis para com o destino desta Cidade, para com os interesses da comunidade de Porto Alegre, que chegam a dizer para não aprovarmos nada do Executivo nesta Casa, o que, infelizmente, foi aplaudido por alguns Vereadores, Ver. Sebastião Melo, sendo cumprimentados depois. Essa é uma postura irresponsável com Porto Alegre, irresponsável com o cidadão e a cidadã de Porto Alegre, irresponsável com a Câmara de Vereadores, porque a democracia é a capacidade que temos de debater aqui na Câmara, discutir projetos e votá-los, conforme o interesse maior da população.

Mas a fala do Ver. João Antonio Dib, que antecedeu a minha, me dá muita esperança, de que há a disposição de muitos outros Vereadores em fazer este verdadeiro debate democrático, e não fazer o debate única e exclusivamente eleitoral, porque, senão, a população que nos assiste vai dizer: “É, começou o ano eleitoral, cada um quer brilhar de algum jeito, porque é candidato a qualquer coisa, a Deputado Federal, Estadual, Senador, Governador.” Há de tudo na Câmara, há candidato para todos os gostos, mas os candidatos não podem estar acima dos interesses de Porto Alegre, não podem querer o seu protagonismo acima do interesse da população. Isso é um desrespeito com a história de Porto Alegre, um desrespeito com a Câmara, e nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, vamos denunciar isso a cada momento.

Mas é impossível não responder à questão da CPI do DEMHAB; CPI que, desde o início, já começou desmoralizada, que demonstrou, ao longo dos anos, a incapacidade de debater, discutir e ver, através dos depoimentos, provas capazes de, minimamente, sustentar qualquer acusação contra o DEMHAB ou contra o seu diretor Carlos Pestana. Mais do que isso, cometeu arbitrariedades, foi contra o Regimento, foi contra as leis. E a Justiça agora se pronunciou dizendo que, realmente, a suspensão é ilegal. Pois houve um recurso da Câmara e está sub judice a CPI, mas, agora, querem uma nova CPI. Tenho apenas uma pergunta, Ver. Sebastião Melo: será que vai ter dezenove pontos de novo? Será que reduziram os dezenove pontos? Quantos pontos será que tem esta CPI? Há dois pontos. Olhem o fiasco: começam uma CPI com dezenove pontos e vão acabar em dois.

Gostaria de finalizar convocando a população de Porto Alegre, porque alguns exemplos aqui são perigosos para os seus interesses, para que acompanhe de perto cada Sessão da Câmara de Vereadores, para que esteja sempre presente aqui, a fim de que os seus interesses não estejam sob o interesse de candidaturas e de disputas eleitorais e partidárias, mas no interesse do desenvolvimento e do crescimento de Porto Alegre, como tem sido nos últimos anos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Solicito às pessoas que estão nas galerias, que nos dão o prazer de se encontrar em visita à Casa, que, por gentileza, restrinjam os seus protestos, para que os trabalhos desta Sessão possam-se desenvolver normalmente.

Apregoamos Requerimento n.º 023/02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila. O Sr. 2.º Secretário fará a sua leitura.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Lê.)Requer a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar possíveis irregularidades administrativas do DEMHAB, no Jardim Leopoldina II, Loteamento Santa Fé e 5.ª Unidade da Restinga.”

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PTB.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há uma charge do Marco Aurélio digna do talento e da inteligência do grande caricaturista: “Emperradores”, referindo-se, evidentemente, ao carnaval, aos “Imperadores”. E o carnaval é matéria da competência, da responsabilidade, do trato, das preocupações do Município, da cidade de Porto Alegre. É matéria que está na pauta, obrigatória para alguma reflexão, para o debate. O que se viu foi um fato inédito na história do carnaval de Porto Alegre. Uma absoluta desorganização. Os espectadores nas arquibancadas estavam angustiados em face dos atrasos e de todos os transtornos que a avenida mostrou.

Por outro lado, segue-se a desorganização com a apuração da classificação das escolas. E a Prefeitura declara não reconhecer o resultado, a decisão que escolheu os Bambas da Orgia. Então, é preciso que se reflexione e passe a se tomar medidas concretas, envolvendo o nosso carnaval.

Quero ater-me, rapidamente, pegando o mote e a publicidade que o acontecimento oferece, para defender a pista de eventos em local neutro. O que é um local neutro, Sr. Presidente e Srs. Vereadores? São determinados espaços da cidade de Porto Alegre que não conflitam com outros interesses, como interesses residenciais e interesses do ponto de vista da circulação. Nós temos em Porto Alegre locais excepcionais a começar pela Augusto de Carvalho, que é tradição do carnaval, e com alguns arranjos que a engenharia de obras, a ciência, a tecnologia hoje oferecem, com recursos, pode-se fazer ali a pista de eventos do nosso carnaval. Ali é uma área neutra, porque não vai envolver vizinhos, relações outras com as nossas comunidades. Outro dia, vi uma proposta que acho absolutamente inadequada, que subalterniza o carnaval, cria o carnaval na Restinga. Nada contra a Restinga, tudo pela Restinga! Mas é jogar lá numa extremidade! Por outro lado, a Zona Norte queria o carnaval no Porto Seco, outra extremidade. Nada contra o Porto Seco. Então, nós temos que buscar, vamos dizer assim, locais onde a Cidade brilha. É exatamente essa área que eu coloco como uma área neutra, como a Augusto de Carvalho. Ou então, aqui, locais excepcionais à beira do Guaíba. Um projeto estético, arquitetônico bem estudado, bem elaborado, faria aqui, à beira do Guaíba, uma pista de eventos. Está aí a Av. Beira-Rio que, parcialmente, poderia ser incorporada. Então, nós temos locais excepcionais! E vamos deixar de inventar para não fazer. Ver. Dr. Goulart - V. Ex.ª que preside uma Comissão - vamos deixar de inventar para não fazer. Vamos olhar objetivamente, com inteligência e competência. Estão aí esses locais de características excepcionais e que teriam a unanimidade da Cidade, do seu povo, dos seus moradores, gostem ou não de carnaval, e a maioria gosta de carnaval, é bom que se frise.

Encerro e peço, Ver. Reginaldo Pujol, V. Ex.ª, que também é ligado à cultura carnavalesca, que se respeite a decisão e se dê o título – que não pode ser diferente – aos Bambas da Orgia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PSDB.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos começando os trabalhos deste ano, sem dúvida nenhuma, um pouco mais pobres, do ponto de vista da ausência de algumas pessoas importantes nesta Cidade. Politicamente, registramos ontem o desaparecimento do Deputado Nelson Marchezan, que era, no momento, Presidente Estadual do PSDB, Deputado Federal de larga folha de serviços.

Mas eu queria acrescentar as referências que fizemos, ontem, de passagem aqui, a Professora Isolda Paes, do Colégio Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que foi professora, provavelmente, de todos nós, se não diretamente, de modo indireto. E, sobretudo, a Prof.ª Isolda nos emocionava pela sua vitalidade, pela sua força, pela sua coragem, pela sua persistência, com mais de 80 anos de vida bem vivida. Penso que ela morreu como gostaria de ter morrido: almoçou bem, foi descansar e o coração falhou.

Mas eu quero também, Sr. Presidente, registrar aqui, retomando um registro muito rápido feito pelo Ver. Adeli Sell, a morte de Sônia Duro. Ontem, tivemos a missa de 7.º dia, na Igreja São Pedro, e o que eu assisti foi verdadeiramente comovente, na presença dos amigos de Sônia Duro. Mas foi também deprimente, porque Sônia Duro, que era filiada ao PT, jamais teve a oportunidade de desempenhar qualquer atividade dentro da administração do seu partido. A primeira função pública que ela desempenhou, com excepcional qualidade, foi na gestão de Antônio Britto no Governo do Estado, quando com Eva Shull participou da coordenadoria de dança da Secretaria de Cultura do Estado. E, agora, ultimamente, na administração Olívio Dutra foi chamada também para uma função semelhante na Secretaria de Cultura. Sônia, que enfrentava um câncer há muitos anos, morreu na mesa de operação, safou-se do câncer, mas não agüentou o choque da operação. Deixou a família, deixou os amigos, deixou sobretudo seus admiradores por um trabalho excepcional que Sônia Duro fez nessa Cidade em prol da cultura. Não há grande empreendimento cultural em Porto Alegre que não tenha tido a mão da Sônia Duro. Mas o que foi triste, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é que o pai da Sônia, que tem 78 anos, contava chorando, ontem à tarde, na saída da igreja, que a Sônia pediu para ser enterrada com a bandeira do seu partido, o PT. E, ontem, nós não tivemos uma única pessoa do PT presente na missa do 7.º dia, como aliás não se teve uma palavra oficial do Governo do Estado ou do Governo Municipal sobre a morte de Sônia Duro. Ela não abandonou o seu partido até a última hora, mas o seu Partido simplesmente a ignorou até o último momento.

Quero fazer esse registro, Sr. Presidente, porque acho que um partido que faz discurso humanista e prega igualdade das pessoas e não é capaz de ter simpatia humana, um gesto de carinho, não é partido e não sabe fazer política. Se não conseguimos fazer política com emoção, com simpatia humana, não somos capazes de olhar para os outros que não estão próximos de nós, que não têm relações emocionais conosco e também pensar neles como pessoas. Vi a revolta no rosto do pai da Sônia Duro ontem, à tarde, e ele me dizia: “Olha, Antonio, estou com isso engasgado aqui e vou ter que dizer para alguém desse partido”, partido para o qual ela dedicou a vida inteira e que não foi capaz de dedicar cinco minutos, nem que fosse para chegar no final da missa para dar um abraço na família enlutada da Sônia Duro. Dizia para ele: “Não se preocupe, os seus amigos estão aqui”. E a Igreja São Pedro estava lotada ontem à tarde.

Quero, por fim, na Liderança do PSDB, agradecendo ao Ver. Paulo Brum, que me permite usar desse tempo em nome do nosso partido, dizer que, quanto ao PSDB, o passamento de Marchezan vai deixar, sim, uma lacuna, um buraco muito grande para todos nós. O Marchezan, como dizia ontem, polêmico, contraditório às vezes, mas sobretudo um líder inconteste. Vamos ter dificuldades para substituir Nelson Marchezan na liderança do nosso Partido. Vamos tentar, mas realmente o PSDB ficou mais pobre, como esta Cidade ficou mais pobre com a morte da Prof.ª Isolda Paes e com a morte da nossa querida Sônia Duro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, a Bancada do PT gostaria de requerer que o Ver. Antonio Hohlfeldt retirasse do seu pronunciamento do dia de hoje algumas palavras, porque repudiamos, de forma pesada, o uso político-partidário da morte de uma companheira nossa para fazer disputa partidária com o Partido dos Trabalhadores. Requeremos que ele retire essas palavras. Isso é um desrespeito com a história dela e a nossa.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Não retiro nada do meu pronunciamento.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PFL.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho aqui uma correspondência que me foi passada às mãos pelo Ver. Reginaldo Pujol. Ele recebeu esta correspondência assinada pelo Sr. Pedro Couto, fazendo algumas cobranças. Eu faço questão que este Plenário possa, pelo menos, tomar conhecimento de uma delas. A preocupação do Sr. Pedro Couto também deve ser desta Casa, é que a Prefeitura repassa para a Associação das Entidades Carnavalescas mais de 2 milhões de reais. Quando chega na hora do carnaval se realizar, a Prefeitura Municipal, de uma forma irresponsável, quer lavar as mãos e dizer que, se ela deu 2 milhões, a associação que se vire. A Prefeitura quer apenas colher as glórias. Mas ela não quer a responsabilidade de fiscalizar o dinheiro público, porque a responsabilidade de fiscalizar esses 2 milhões que são repassados para a associação é da Prefeitura Municipal, ou então ela tem de pagar pela negligência de não fazer essa fiscalização. Ouvi aqui uma frase muito inteligente do Ver. Dr. Goulart, que é a seguinte: “Se a Prefeitura Municipal, se o Partido dos Trabalhadores não têm competência nem mesmo para organizar o carnaval de Porto Alegre, como eles querem dar um jeito no mundo todo, fazendo essa pregação desse Fórum Social Mundial?” Aliás, ao invés de dar um jeito no mundo todo, deveria, por exemplo, dar um jeito na moralidade da Administração, que coloca os seus carros, as suas viaturas, o dinheiro público à disposição da corrupção, porque fizemos aqui uma CPI do DEMHAB, e o Sr. Piko’s esteve aqui negando praticamente qualquer envolvimento, qualquer relação entre ele e a Prefeitura, só que os carros da Prefeitura continuam lá em constante contato com o Sr. Piko’s e com as outras pessoas ligadas à corrupção e que fazem pressão sobre a população para que ela possa viver, constantemente, infeliz. Aqui temos a característica do carro: ICO 3549, um gol branco. Às 9h30min, do dia 15 de fevereiro de 2002. Está aqui, eu penso que isso a Prefeitura tem de averiguar.

Ver. Sebastião Melo, a Prefeitura deveria tomar cuidado ao gastar dinheiro público, e, aliás, não sei como os nossos amigos do Tribunal de Contas não prestaram atenção ainda no fato de que a Prefeitura não poderia fazer o Fórum Social Mundial e depois fazer a publicidade da forma como está sendo feita a respeito do Fórum Social Mundial, porque consta, claramente, no art. 37 da nossa Constituição: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, publicidade e eficiência”. Consta no § 1.º do art. 37: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. Ora, o Fórum Social Mundial é um fórum social das esquerdas, não é um fórum social que admite a discussão das idéias, é um fórum para a promoção das idéias comunistas, socialistas e as idéias de esquerda. Ora, nada contra, desde que não fosse feito com o dinheiro público. Agora, utilizar dinheiro público para colocar nos espaços nobres de televisão e de rádio aqueles líderes da extrema-esquerda, dando a sua opinião, como se de repente eles fossem capazes de mudar o mundo, quando não são capazes de mudar os seus países, as suas localidades, os seus Municípios, isto não pode acontecer. Aqui, não são capazes de mudar absolutamente nada, nem mesmo são capazes de fazer o carnaval, quanto mais dar um jeito nas moradias dos pobres e infelizes aqui de Porto Alegre que continuam amargurando ainda, pressionados por agentes da corrupção que continuam recebendo o apoio de viaturas e de dinheiro público para que eles continuem fazendo a sua propaganda em prol de uma cidade cada vez pior, como a que estamos vivendo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PSB.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, estivemos agora no carnaval do Rio de Janeiro, e tivemos a oportunidade de participar e sair na Escola Caprichosos de Pilares. Algo bastante emocionante é que lá nessa escola estavam mais de um mil e duzentos porto-alegrenses, mostrando que o povo gaúcho gosta de carnaval. Ao mesmo tempo, na televisão vimos o que aconteceu no carnaval aqui de Porto Alegre.

Meus colegas Vereadores, minhas colegas Vereadoras, nós temos a obrigação de definir um local para a pista de eventos.

Estava no Rio de Janeiro bastante triste, porque o que aconteceu no nosso carnaval veiculou em nível nacional e em todas as emissoras; foi notícia de muito debate em todos canais do nosso País, inclusive alguns dizendo: sai o carnaval, não sai...

Estão decidindo se vai sair no sábado, se não vai sair.

Então, aquelas notícias foram veiculadas várias vezes, saindo no nosso Brasil, e ao mesmo tempo nos deparamos com uma outra realidade: mais de um mil e duzentos porto-alegrenses foram para o carnaval do Rio de Janeiro, mostrando que nós também gostamos de carnaval.

Então, este Vereador mais uma vez vem discutir e propor um lugar que alguns Vereadores e algumas Vereadoras já descartaram, mas eu volto a insistir que aquele local da Viação Férrea próxima à Voluntários da Pátria talvez seja o melhor local para realizarmos o carnaval em Porto Alegre. E por que eu digo isso? Nós falamos tanto em revitalização do Centro, e aquela área próxima da rodoviária é dentro do complexo do Centro de Porto Alegre.

Ao mesmo tempo, qualquer cidadão da nossa Cidade, ao se deslocar de qualquer bairro, tem o acesso de um ônibus que passe próximo à rodoviária. Ou mesmo para aqueles que vêm de cidades limítrofes, o ônibus passa pela estação rodoviária.

Então, esse local da Viação Férrea, sem dúvida nenhuma, no nosso entendimento - e vamos fazer essa discussão aqui na Casa com a Comissão Especial que encerrou no passado mas que deve ser reaberta -, é o ideal para que Porto Alegre possa, sim, ter essa pista de eventos.

Queremos ressaltar que não nos cabe levantar a culpa sobre o que aconteceu, porque sabemos que o Executivo quer fazer a pista, embora muitos digam que não quer fazer. Mas, recentemente, quando grande parte dos Vereadores havia acordado um local, aquele do Parque Humaitá, foi rejeitado.

Ver. Dr. Goulart, V. Ex.ª que foi Presidente da Comissão Especial, este Vereador modestamente vem fazer essa sugestão do estudo urbanístico, da viabilidade de ser implantada uma pista de eventos na Viação Férrea, pois entendo que revitalizaria o Centro da Cidade; aquele local poderia ter um novo implemento, e além disso qualquer ônibus do Município passa por aquele perímetro. Talvez com isso a Cidade possa ganhar.

 

O Sr. Dr. Goulart: V. Ex.ª permite um aparte?

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Eu gostaria de dar o tempo, mas, como estou falando em Comunicação de Líder, não é permitido. Mas esse assunto, tenha certeza, vamos debater, e muito. Principalmente por V. Ex.ª ser um carnavalesco. Eu simplesmente saí no carnaval, é diferente. Mas tenho a certeza de que V. Ex.ª, com muita competência, vai cuidar desse assunto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR.  SECRETÁRIO: Sr. Presidente, há um pedido de desarquivamento do Requerimento n.º 042/00, Processo n.º 806, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que requer Comissão Especial com a finalidade de fixar a posição deste Legislativo quanto à definição do local, implantação e construção da pista de eventos – sambódromo. Esse é o pedido de desarquivamento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. RAUL CARRION (Requerimento): Após consultarmos as Lideranças, Sr. Presidente, requeiro que seja iniciada a votação pelo Requerimento n.º 019/02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que requer que o período de Grande Expediente no dia 18 de fevereiro de 2002 seja destinado ao registro do 75.º aniversário da Rádio Gaúcha. E, logo após, requeiro que passemos a apreciar os Requerimentos de n.º 002/02 e sigamos a ordem até o Requerimento de n.º 013/02. Os Requerimentos versam sobre Grandes Expedientes, Sessões Solenes, períodos de Comunicação. Após, votaremos o Requerimento s/n.º de autoria deste Vereador. E, depois, as moções.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, colaborando com Ver. Raul Carrion, penso que ele saltou o Requerimento n.º 011/02 e o n.º 010/02, do Ver. Marcelo Danéris e do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. RAUL CARRION: Não, seria até o n.º 13. Só pularia o n.º 16 e o n.º 18.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Ah, até. Entendi mal. Eu entendi que V. Ex.ª mencionou o n.º 19 e o n.º 13. Então, é até o n.º 13, estou de acordo.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Repetindo, então, a proposta encaminhada pelo Líder do PC do B, Ver. Raul Carrion: em primeiro lugar, votaríamos o Requerimento n.º 19/02, depois o n.º 02/02, em ordem, até o Requerimento n.º 013/02 e, por último, o Requerimento s/n.º do Ver. Raul Carrion; e finalmente, as moções.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Questão de Ordem): Eu tenho uma dúvida e consulto a Mesa: não sei se faz parte do nosso Regimento, ou foi um acordo, que cada Vereador teria a possibilidade da indicação de um Grande Expediente por ano? E, aqui, um único Vereador já está propondo, no primeiro dia, dois Grande Expediente no ano.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Minha cara Vereadora, a Resolução n.º 1.603, aprovada em 21 de dezembro de 2001, incluiu dispositivos no Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, alterando a Resolução n.º 1178, de 16 de julho de 1992, que possibilita: (Lê.)

“Art.. 154, § 3º: Cada Vereador poderá figurar somente uma única vez a cada semestre, como primeiro signatário, em requerimento aprovado que solicita cedência do período de Grande Expediente para fins de comemorações ou homenagens.

Art. 181, § 3: Cada Vereador poderá figurar somente uma única vez por Sessão Legislativa, como primeiro signatário, em requerimento aprovado que solicita cedência do período de Comunicações para fins de comemorações ou homenagens.

Art. 134, – A:. Todas as premiações e demais titulações honoríficas, excetuando-se as de Cidadão de Porto Alegre e de Cidadão Emérito de Porto Alegre, instituídas por Resoluções da Câmara Municipal, serão concedidas por uma única iniciativa anual de cada Vereador.”

Basicamente, essa é a mudança que ocorreu na Resolução e que permite esta apresentação múltipla.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o Requerimento n.º 019/02. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é de se estranhar que o Vereador venha encaminhar o Requerimento que a Casa toda já, antecipadamente, se dispõe a aprovar e que se destina a promover uma homenagem no Grande Expediente da próxima segunda-feira, dia 18 do corrente.

Sr. Presidente - e V. Ex.ª é a melhor testemunha que tenho - nós, por longo tempo, fomos verdadeiros Dons Quixotes, nesta Casa, brigando contra os moinhos, sustentando que a Casa não deveria comprometer o Grande Expediente com esse tipo de homenagem e que deveria fazer uma Sessão Solene sempre que essas situações se apresentassem.

Ocorre, Ver. Carlos Alberto Garcia – que acaba de assumir a Presidência dos trabalhos – que nós somos absoluta minoria nesta Casa, nesse particular, tanto que a Casa, Ver. Nereu D’Avila, tomou essa deliberação de ensejar dois Grandes Expedientes ao ano e não um só como o foi até o ano passado.

Então, nós estamos absolutamente na contramão de tudo aquilo que caracteriza a idéia básica de atuação deste Legislativo. E não vamos ficar sozinhos esbravejando contra isso. E, quando nós apreciarmos a proposição do Ver. Nereu D’Avila e votarmos favoravelmente, é porque estamos interrompendo uma posição que sistematicamente mantivemos nos anos anteriores, de votar contra o aproveitamento do Grande Expediente para esse tipo de atividade: homenagens meritórias na sua totalidade, e que nós entendíamos, e ainda entendemos, que devam ser colocadas numa Sessão Solene especialmente convocada para isso. Mas não é o que a Casa tem entendido; a Casa, ao contrário, tem entendido em aproveitar esses espaços. E nós não vamos ficar sozinhos querendo contestar o que é a idéia amplamente dominante na Casa. Vou, Ver. Nereu D’Avila, depois de muito tempo, votar a favor de um requerimento dessa ordem, porque votarei a favor dos outros também que nesse sentido surgirem, desde que satisfeitos os pré-requisitos regimentais, e que contenham o mérito que contém o Requerimento de V. Ex.ª, já amplamente anunciado e que já deveria ter sido votado na Comissão Representativa, mas que só não o foi, em várias ocasiões, por falta de quórum. Inclusive já estão os convites na rua para que se realize essa homenagem meritória. Trata-se de uma homenagem a uma rádio que completa seu 75.º aniversário. Acredito ser essa uma das emissoras em funcionamento no Estado do Rio Grande do Sul de maior longevidade e que, obviamente, não teria perdurado na sua atuação, por tanto tempo, se não tivesse uma atuação eficaz e competente, capaz de permitir que a sua sintonia lhe autorizasse essa longa existência que nós vamos festejar na próxima segunda-feira.

Vou votar a favor do Requerimento. Altero uma posição que mantive por mais de dois anos nesta Casa, porque não quero ser o soldado do passo certo, o único na Casa a ter uma posição divergente nesse particular. Era isso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 019/02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inegavelmente ninguém pode votar contra o Requerimento do Ver. Nereu D’Avila que deseja homenagear a Rádio Gaúcha pela passagem dos seus setenta e cinco eficientes anos. Só que eu fico triste que seja no Grande Expediente; poderia ser no período de Comunicações, assim não teríamos que alterar, na segunda-feira, o espelho que vai ser distribuído hoje. Mas leva o apoio da minha Bancada. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação o Requerimento n.º 019/02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação o Requerimento n.º 002/02, de autoria do Ver. Raul Carrion. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, O Ver. Raul Carrion está propondo o período de Comunicações para homenagear o CPERS? Está aqui. Muito bem, acho que o CPERS, apesar dos pesares, merece o respeito desta Casa. Tem o nosso apoio. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação o Requerimento n.º 002/02, de autoria do Ver. Raul Carrion. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação Requerimento n.º 003/02, de autoria do Ver. Raul Carrion. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, o Correio do Povo, jornal de maior circulação no Rio Grande do Sul, vai comemorar os seus 107 anos. É aquilo que eu dizia: vamos ter de alterar toda a ordem da Sessão para fazer o Grande Expediente passar para a primeira parte da Sessão. O Ver. Raul Carrion, com a pressa de fazer homenagens, usou o Grande Expediente, usou Comunicações. No dia proposto, merecidamente o Correio do Povo, que aniversaria juntamente com o Ver. Reginaldo Pujol, vai receber a sua homenagem, mas eu penso que os Vereadores deveriam ter o cuidado de não fazer a utilização do Grande Expediente e, sim, das Comunicações, para não haver alterações no expediente de cada Sessão, senão, não adianta fazer o expediente na forma do Regimento. Votamos favoravelmente. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Questão de Ordem): Consulto à Presidência se ainda está em vigor que cada...

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Ver. João Carlos Nedel, há poucos minutos a Ver.ª Clênia Maranhão fez essa solicitação, e foi lida a Resolução n.º 1.603, de 21 de dezembro de 2001, que permite. Passarei a cópia da Resolução a Vossa Excelência.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 003/02.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, com toda certeza, o Grande Expediente solicitado pelo Ver. Raul Carrion tem todo o embasamento, pela história do Correio do Povo. Tenho certeza absoluta de que nenhum dos Vereadores desta Casa é contrário a que a Casa do Povo possa prestar essa homenagem. Não teríamos motivos para argumentar de outra forma em relação a esse Grande Expediente. Só que vou alertar a Casa para algo que mudamos no Regimento, mas que, acredito, não ficou bom. Estaremos votando outro requerimento para outro Grande Expediente, que vai acontecer no segundo semestre. Falei com o Ver. Raul Carrion, e ele disse que era o seu planejamento. Acho que está tudo bem, só que acontece que o planejamento do Ver. Raul Carrion pode interferir no planejamento da Casa. Devemos aprovar as homenagens feitas no Grande Expediente e no período das Comunicações dentro do semestre, porque dentro do semestre temos uma visualização do que está acontecendo com a Casa, da necessidade de termos uma Sessão mais longa, uma Sessão destinada à aprovação de projetos, ou não.

Acredito que, embora o Regimento permita, seria bom senso dos Srs. Vereadores, neste semestre, em vez de ficarmos vendo quais as Sessões Solenes dentro do Grande Expediente e das Comunicações para o ano todo, estragando o planejamento da Casa, que nós pudéssemos colocar em votação apenas aquelas Sessões dentro do próprio semestre. Essa, com relação ao Correio do Povo, acho extremamente justa e cabível neste instante, para que nós possamos votar favoravelmente. Mas pediria ao Ver. Raul Carrion, que é autor do segundo Requerimento, que deixasse a votação do segundo requerimento para uma ocasião mais propícia, a fim de que nós pudéssemos ter na Casa, e até a Mesa Diretora, uma visão mais global sobre o seu planejamento.

Penso que assim devem agir todos os Vereadores. Nós não podemos, com o nosso planejamento, acabar com o planejamento da Casa. Eu sou um tanto contrário a nós utilizarmos o Grande Expediente e o período de Comunicações para fazermos homenagens. Mas como não tem jeito, pois está aprovado no Regimento, que pelo menos haja um bom senso. Vamos aprovar as homenagens no Grande Expediente, nas Comunicações e nas Sessões Solenes para períodos mais curtos, para que nós possamos ter a oportunidade de fazer um planejamento e para não estragarmos o planejamento geral da Casa com as nossas intenções. É claro quer ninguém vai negar um Grande Expediente ou uma Sessão Solene para o Vereador, como ele quer aqui, no segundo semestre, para homenagear o seu Partido, mas isso poderá ser votado em ocasião mais propícia e não exatamente agora, quando estamos iniciando o ano legislativo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 003/02.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. Na verdade, no encaminhamento desses requerimentos, nós nos baseamos na Resolução n.º 1.603 que, aliás, foi uma emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt, que viabilizou duas homenagens propostas pelo mesmo Vereador nos períodos do Grande Expediente. A nossa maneira de trabalhar é esta: procurar planejar o ano, e nós fizemos os dois requerimentos previstos. De toda forma nós não teríamos maior dificuldade, diante da preocupação do Ver. Luiz Braz, em votar primeiro o Requerimento do Grande Expediente do primeiro semestre, depois do segundo. O problema é que, como já estamos em fase de encaminhamentos de votação - até fiz uma consulta à Diretoria Legislativa – não poderíamos mais pedir a suspensão dessa votação. Por outro lado, o pedido que temos para o primeiro semestre é de homenagear os 80 anos do Partido Comunista do Brasil, uma data histórica de grande importância. Também temos a convicção de que esta Casa não se oporá a que seja registrada essa data em um Grande Expediente. Então, estou consultando a Diretoria sobre se não poderíamos deixar este Requerimento para o segundo semestre. Não temos problema nesse sentido, ainda que entendamos que não estão, em nenhum momento, o Regimento ou a Resolução da Casa, sendo transgredidos. Por outro lado, queríamos também registrar que nos parece que, pela importância desse órgão de comunicação no nosso Estado, o papel que joga, a pluralidade de opiniões que o Correio do Povo tem demonstrado, não haveria, desta Casa, nem no primeiro nem no segundo semestre, nenhuma dificuldade. Inclusive, porque entendemos que, nesses períodos de Grande Expediente, nesses períodos de Comunicações, a iniciativa pode ser de um Vereador ou outro, mas neles todos nós nos manifestamos - como nos manifestaremos na segunda-feira, pela bela oportunidade que o Ver. Nereu D’Avila nos dá de dedicar um Grande Expediente à Rádio Gaúcha - e, assim, em outras iniciativas tão importantes.

Então, estou pedindo a última informação à Diretoria Legislativa, até pela preocupação do Ver. Luiz Braz: se haveria algum mecanismo, se não teríamos problema de votar antes o do primeiro semestre.

Existe de parte da Mesa, por favor, Sr. Presidente, alguma informação nesse sentido?

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): É que V. Ex.ª está utilizando o encaminhamento...

 

O SR. RAUL CARRION: Solicito, em qualquer das alternativas, o apoio dos Srs. Vereadores. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, como não é mais possível retirar o Requerimento do Ver. Raul Carrion, porque já foram feitos os encaminhamentos, eu sugiro, até porque tem base regimental, que, obviamente, aprovemos o Requerimento. Mas, acho que a Mesa poderia baixar uma Resolução regulando esse artigo e, aí, poderia fazer o encaminhamento do tipo que faz, numa pré-reserva. Por exemplo, acho que o Ver. Raul Carrion, nesse caso, como quaisquer outros Vereadores, ficaria com a garantia no livro lá da área de Relações Públicas, mas seriam feitas depois as votações a cada semestre, se for o entendimento da maioria do Plenário da Casa. Eu, por uma questão de coerência, acho que não há problema maior de se votar as coisas do ano legislativo como um todo; até, particularmente do meu planejamento, é melhor. Mas, se houver interesse da maioria, faz-se uma reserva prévia e faz-se a votação a cada semestre. Mas acho que a Mesa pode fazer isso por uma Resolução interna.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Obrigado, Vereador. Consultando a Diretoria Legislativa, há duas formas. A primeira é votarmos agora e aprovarmos o Requerimento. A outra - até por solicitação - é rejeitarmos o Requerimento e, mais adiante, o Vereador entra com novo Requerimento e até pode ser na mesma data. Então, temos essas duas alternativas.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, como não foi regulamentado e fomos todos surpreendidos, eu creio que rejeitar ficaria ruim para a Casa. Vamos abrir uma exceção, depois será regulamentado pela Mesa. Agora é melhor aceitar pacificamente.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vereador, só tem um detalhe. Nós, trabalhando em cima da exceção, criamos um problema, e como foi ventilado, não tem problema nenhum também se for aprovado, ele não fere em nada o Regimento, só que a exceção, neste momento, não permite. Seria um entendimento conciliatório, mas não está previsto no Regimento. O Regimento prevê a aceitação ou a rejeição.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Pois é, por isso que estou propondo a aceitação.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação o Requerimento n.º 003/02, de autoria do Ver. Raul Carrion. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento n.º 004/02, de autoria do Ver. Raul Carrion. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam, permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento n.º 006/02, de autoria do Ver. Raul Carrion. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu já coloquei a minha contrariedade em usar o Grande Expediente. Se ele não pode usar as Comunicações, para não alterar mais uma vez o andamento de cada Sessão, com requerimento, com discussões, eu vou votar contrariamente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação nominal o Requerimento n.º 006/02, solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 18 votos SIM e 02 votos NÃO.

Em votação o Requerimento n.º 007/02 de autoria do Ver. Beto Moesch. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação nominal o Requerimento n.º 008/02, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 20 votos SIM e 01 voto NÃO.

A Mesa apregoa o encaminhamento da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que solicita a apreciação da matéria pela Procuradoria da Casa quanto ao não-deferimento do Requerimento da instalação da CPI para investigar o DEMHAB, até a apreciação do recurso da Câmara relativamente à CPI instalada em 2001.

 

(O Presidente José Fortunati assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, antes que seja colocado em votação o Requerimento do Ver. Sebastião Melo, que requer que o Grande Expediente do dia 29 de abril seja utilizado para homenagear a Rádio Guaíba pelo seu 45.º aniversário, como eu não pretendo utilizar o tempo de Comunicações, ofereço o tempo ao Ver. Sebastião Melo, para que ele possa usar do direito que eu teria, e usaríamos o tempo de Comunicações.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o Requerimento n.º 010/02, de autoria do Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação o Requerimento n.º 011/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, frente à manifestação do Ver. João Antonio Dib, que, com certeza, tem o fito de contribuir com o andamento da Casa, aceito a sugestão e pergunto à Mesa se eu posso fazer a substituição. Em vez de ser no Grande Expediente, este Vereador retifica, pedindo que seja feito em Comunicações, mas subscrito por este Vereador, que tem direito e, portanto, submetido à votação. É possível isso, Diretora Legislativa?

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Até resolvermos um pequeno detalhe técnico, suspendemos a análise do Requerimento n.º 011/02.

Em votação o Requerimento n.º 013/02, de autoria do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Feitas as adaptações necessárias ao Requerimento n.º 011/02, temos o seguinte: que o período de Comunicações do dia 29 de abril de 2002 seja destinado ao registro do 45.º aniversário da Rádio Guaíba AM, de autoria do Ver. Sebastião Melo.

Em votação o Requerimento n.º 011/02.  (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação o Requerimento s/n.º, de autoria do Ver. Raul Carrion, que solicita renovação de votação para o PELO n.º 001/01. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. José Fortunati, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores, o Ver. Raul Carrion faz um Requerimento para renovar a votação de um processo que não foi aprovado durante votação no ano passado. E eu lembro exatamente dos motivos pelos quais nós votamos contrariamente a esse Processo. Ele é flagrantemente inconstitucional, ele é ferido de morte pelo art. 5.º da Constituição. O art. 5.º da Constituição fala sobre a igualdade. Ninguém pode fazer uma legislação, ninguém pode fazer um projeto de lei que coloque alguma pessoa ou categorias de pessoas, ou associações ou entidades, mulheres ou homens em destaque, em detrimento de outros. Eu não posso dizer que os homens têm mais direito que as mulheres neste ou naquele setor. Sempre que eu disser assim eu estarei cometendo uma inconstitucionalidade, porque eu vou de encontro ao art. 5.º da Constituição, e acabo realmente me esfacelando, me ferindo, bato, vou de encontro a ele. Então, por isso nós votamos contrariamente. Ora, se derrotamos uma matéria que julgo inconstitucional ou tenho certeza da sua inconstitucionalidade, assim como são inconstitucionais todos os projetos que dão entrada aqui nesta Casa e em outras Casas Legislativas que dizem respeito àquelas cotas, àqueles percentuais que devem ser garantidos para mulheres, para homossexuais, para negros.... Tudo isso, na verdade, são inconstitucionalidades que não deveriam tramitar ou, então, nós deveríamos eliminar o art. 5.º da Constituição, deveríamos fazer uma campanha para que ele não mais existisse. Deveríamos dizer assim: “Olha, esse negócio de igualdade é bobagem, porque igualdade, quando interessa, e quando não interessa, não mais igualdade...” Ou seja, nós vamos acabar fazendo um monte de legislações que serão difíceis de serem cumpridas.

Por isso, votamos contrários e somos também contrários à renovação de votação. Por que vou querer renovar a votação de algo que sei que é inconstitucional? Por que vou renovar a votação de algo que, quando chegar aqui, vou ser obrigado a votar contra? Não pelo mérito, eu não quero nem discutir mérito; é exatamente por causa de inconstitucionalidades. E, aliás, as inconstitucionalidades poderiam ser declaradas de ofício pelo Presidente da Casa. O nosso Regimento dá possibilidade para que o Presidente da Casa, quando uma matéria inconstitucional estiver tramitando, possa, inclusive, evitar que essa matéria tramite. Mas essa tramitou, essa foi votada, essa foi derrotada aqui no Plenário, e agora o Ver. Raul Carrion – no seu direito legítimo de Vereador – quer pedir a este Plenário a renovação de votação.

Agora, eu vou pedir a este Plenário, por favor, que aja com consciência. Se renovarmos uma matéria flagrantemente inconstitucional, eu acho que estaremos perdendo o tempo que este Plenário deve utilizar para discutir matérias outras de interesse da nossa Cidade e que vão poder, realmente, fazer com que esta Cidade possa-se tornar uma cidade melhor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar o Requerimento s/n.º, de sua autoria.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que nos assistem. Eu gostaria de, em primeiro lugar, corrigir alguns dados apresentados aqui pelo ilustre Ver. Luiz Braz, pois acho que - talvez, até, por ter sido uma votação realizada há um bom tempo - faltam alguns dados. Eu gostaria de dizer que esta matéria foi votada duas vezes, porque trata de uma mudança na Lei Orgânica e necessita de duas votações. Na primeira votação, foram 23 votos a favor do Projeto, 01 abstenção e 03 votos contrários. Então, por ampla maioria de 23 votos a 03, o Plenário desta Casa a aprovou. Na segunda votação, foram 21 a zero, com unicamente 02 abstenções. Então, como dizer que a vontade desta Casa é contrária a esse Projeto? E devo dizer que na segunda votação faltou somente um voto para termos dois terços; não é que tenha sido derrotado, não é que o Plenário se tenha manifestado contrariamente. E, coincidentemente, nessa ocasião faltaram nove Vereadores; a Ver.ª Sofia Cavedon – sabidamente favorável ao Projeto – estava em representação externa, e, apesar desses 10 votos faltantes, houve 21 votos a favor e 02 abstenções. Dez estavam ausentes. Portanto, não houve nenhum voto contrário. E o que nós estamos pedindo é somente a possibilidade de refazer a votação. Aí, quando for feita a votação, o Ver. Luiz Braz, com os seus argumentos, poderá defender o contrário. Agora, não entendemos, Ver. Luiz Braz, como V. Ex.ª, do Partido da Frente Liberal - e muitas vezes não concordo com uma palavra do que V. Ex.ª diz, mas defendemos o direito de que V. Ex.ª sempre possa dizê-las -, quer negar a este Vereador e a esta Casa, que já, por 23 votos e depois por 21 votos, aprovou essa matéria, que se faça essa discussão. Inclusive, porque nós temos o dia 8 de março chegando, e seria um belo momento de esta Casa conceder, por lei, às mulheres chefes de famílias - que já passam de 30% na sociedade brasileira, que sofrem todo tipo de discriminação e dificuldades - esse direito à preferência nos conjuntos habitacionais produzidos pelo Município. E eu ainda alertaria para outra coisa: esta Casa aprovou, como lei ordinária, um projeto de sentido similar. O que nós estamos colocando é na Lei Orgânica. Portanto, já foi manifestada a vontade política desta Casa no mesmo sentido. Então é por isso, por haver faltado um voto, não por ter sido derrotado que pleiteamos a renovação de votação. E vejam bem que, entre 23 Vereadores presentes, naquele momento, houve 21 votos a favor e 02 abstenções. Nós temos mais dez Vereadores, dos quais diversos são mulheres, que poderão dar a sua palavra final. Só estamos pedindo isso, respeitando o direito dos Vereadores que não concordam de, no devido momento da votação, apresentarem os seus argumentos. O Ver. Luiz Braz sabe do nosso respeito; respeitamos a sua decisão, na primeira votação, que foi contrária; na segunda, ele se absteve. Não é verdade, Vereador?

Estamos apenas pedindo o direito de voltarmos à votação. Iremos fazer o debate em alto nível. Sabemos da posição histórica do Ver. Luiz Braz, que não é, nesse sentido, só em relação à questão da mulher, mas também em relação à questão do negro, e que tem um entendimento de que isso feriria a igualdade. Mesmo não sendo jurista, vou me basear naquela máxima jurídica: “Tratar os desiguais de forma igual é uma grande desigualdade”. O mundo jurídico sabe disso. Eu não sou jurista, mas o meu pai e meu irmão eram advogados, diversos tios meus também eram advogados, e eu me criei nesta visão, mas compreendo que há visões diferentes também no Direito.

Mas tenho certeza de que o debate será frutífero porque não irá somente tratar da questão das mulheres, mas desse contencioso de tratarmos de forma desigual os desiguais para fazer justiça. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar o Requerimento s/n.º de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aparentemente a questão de votar uma questão teórica de Regimento pode, às vezes, ser de menor importância, mas, neste caso, acho que não é. Quero lembrar ao Ver. Raul Carrion que já votei favorável ao Projeto e, portanto, não estou discutindo a questão de mérito, embora o Ver. Luiz Braz levante uma questão de legalidade em relação ao art. 5.º da Constituição. Não estou discutindo legalidade, não estou discutindo mérito. Mas quero dizer ao Ver. Raul Carrion que, no caso desse seu Requerimento, eu vou votar a favor. Eu vou ousar ter uma leitura diferente da Sr.ª Procuradora da Casa e da douta Comissão de Justiça. O nosso Regimento é claro: só pode haver renovação de votação com diferença de três votos e não é o caso, em absoluto. O resultado foi 21 a zero e 02 abstenções. Isso não é diferença de três votos a não ser forçar muito a barra de um entendimento. Acho que se aprovarmos o Requerimento do Ver. Raul Carrion nesses termos, nós vamos estar abrindo um precedente perigoso para esta Casa.

Ver. Raul Carrion, até faço um apelo ao bom senso de V. Excelência. Nós temos, às vezes, discordâncias ideológicas, de posicionamentos, mas temos uma relação excelente; sobretudo, V. Ex.ª tem sabido respeitar a Casa. Nós estamos num ano legislativo novo, V. Ex.ª não tem nenhum prejuízo em apresentar novo projeto e tramitar novo projeto sem nenhum problema. Quero-lhe dizer que de novo terá o meu voto, sem nenhum problema, mas acho que nós correríamos um risco de não ferir interpretações forçadas do Regimento.

Vou dizer: estou tendo a ousadia de me colocar aqui contrário a uma posição da Procuradora e da própria Comissão de Justiça, mas vou me arvorar, talvez, um pouquinho além daquilo que, talvez, me coubesse como simples Vereador, na experiência que tenho nesta Casa - vinte anos. E penso que essa interpretação de diferença de três votos, como foi dada, é forçar a barra na leitura do nosso Regimento, e é abrir caminho para projetos que serão polêmicos. Porque esse, na verdade, não tem polêmica. O número de votos que o Ver. Raul Carrion alcançou não tem polêmica: 20 votos. Liquidou o assunto. Eu não estou entrando nessa discussão. Mas quero lembrar, Ver. Raul Carrion, que todos nós lamentamos também a famosa Emenda Dante Oliveira. V. Ex.ª lembra, fizemos maioria, mas não fizemos maioria absoluta, e nem por isso se forçou a barra para interpretar diferentes regimentos, da Casa, do Congresso, para conseguir fazer passar. Foi injustiça? Foi. É injustiça com V. Ex.ª? É. Com o mérito da proposta? É. Mas como nós estamos - quero insistir - nesta perspectiva, num novo ano legislativo, não há nenhum prejuízo a V. Ex.ª, se V. Ex.ª simplesmente deixar isso arquivado, fizer um novo processo e retomar a tramitação. Quero dizer que lhe apoiarei em urgência, e quero dizer que o apoiarei e que conversarei com o meu companheiro de Bancada e com os demais companheiros deste Plenário para aprovarmos o Projeto, mas penso que nós teríamos maior respeito pelo Regimento e não correríamos um risco que eu temo para outras matérias.

Então, respeitosamente, esse é o motivo pelo qual, Ver. Raul Carrion, eu voto contra o seu Requerimento, sem entrar na questão de mérito, sem entrar na questão de legalidade, sobretudo, preocupando-me, Ver. Raul Carrion, com o fato de que não vai haver nenhum prejuízo a V. Excelência. Agora, também, com a mesma lealdade, Ver. Raul Carrion, quero dizer que, se tramitar este, apenas, eu votarei contra, permanentemente, a tudo, porque eu entendo que, realmente, nós estaremos desrespeitando o que é o espírito do Regimento da Casa, e preocupa-me que tenhamos, sobretudo, esse respeito pela tradição e pelo espírito do Regimento desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar o Requerimento s/n.º de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós, no curso da história do nosso mandato, sempre sustentamos a necessidade de ampliar as prerrogativas do Vereador no exercício do seu mandato. Nós entendemos que esse dispositivo do Regimento, na sua redação dúbia, estabelece mais uma camisa-de-força sobre o exercício do mandato do Vereador. Por isso, nós seremos favoráveis a toda a interpretação, a toda a exegese que vier abrandar o rigorismo desse dispositivo. No caso, faltou um voto para implementar a difícil votação de 2/3 dos Vereadores. Ora, se faltou um voto, é óbvio que a interpretação da exegese permitirá um exame de que estaria dentro da diferença dos três votos. Creio que esta Casa, às vezes, pode votar uma matéria e incorrer desavisadamente num equívoco como esse, se a diferença for maior, Ver. Adeli Sell, do que os três votos e, no entanto, ela não terá oportunidade de revisar, através de um instrumento e do instituto jurídico do processo legislativo da renovação de votação. Então, Ver. Antonio Hohlfeldt, há necessidade de interpretar esse dispositivo de forma ampla e abrangente no sentido de aumentar as prerrogativas de reavaliação das matérias por este Legislativo. A história tem-nos demonstrado, neste Legislativo, que todas essas iniciativas que reduzem as prerrogativas dos Vereadores, mesmos os autores das iniciativas, amanhã, poderão prejudicar o exercício do mandato do próprio autor da iniciativa da medida. Eu acho que esta é uma Casa Legislativa, é uma Casa de elaboração de leis, é uma Casa política e tem de ter a sensibilidade, sim, de interpretar de forma abrangente.

E esse discurso, Ver. Raul Carrion, serve justamente para V. Ex.ª, que muitas vezes, infelizmente, embora V. Ex.ª assuma o materialismo dialético na sua plenitude, interpreta, de forma esquemática e mecânica, algumas situações, quando politicamente lhe interessa. Digo isto a V. Ex.ª, porque quando politicamente lhe interessa no mérito, às vezes, em determinadas questões, V. Ex.ª está disposto a romper todos os formalismos legais. Mas eu sei que V. Ex.ª neste momento não vai brigar comigo, até porque estou-me manifestando favorável em nome das prerrogativas que o Vereador deve ter no processo legislativo. Acho até que esse dispositivo tem de ser suprimido. Ou a renovação de votação existe, e deve ser usada na sua plenitude, porque às vezes uma votação pode ter uma diferença de muito mais de três votos, e houve um erro na avaliação daquele Projeto de Lei. Infelizmente aquele erro não pode ser restaurado, a não ser lá no Poder Executivo, já com o Veto do Sr. Prefeito Municipal, o que faria com que recebêssemos e acolhêssemos o Veto do Sr. Prefeito. Mas, Ver. Luiz Braz, já estaria fora da alçada do Poder Legislativo.

Vamos fortalecer o Poder Legislativo! Vamos aumentar as prerrogativas do Poder Legislativo! Nos últimos anos, vejo muito projeto de resolução de colegas que restringem a ação do parlamentar. Nós temos de reavaliar o Regimento e temos de buscar soluções e caminhos para essa situação. Portanto, vamos votar favoráveis à renovação de votação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Ver.ª Helena Bonumá está com a palavra para encaminhar o Requerimento s/n.º do Ver. Raul Carrion.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do PT, vimos defender o Requerimento do Ver. Raul Carrion, de pedido de renovação de votação de um projeto que foi bastante debatido nesta Casa e que tem mérito. O Projeto do Vereador estabelece uma cota de participação das mulheres nos programas habitacionais do Município de Porto Alegre. Achamos que é uma iniciativa importante, que vem ao encontro das reivindicações das mulheres. Sabemos que tem crescido - e o Ver. Pedro Américo Leal sempre aponta para esta questão - de forma significativa o número de mulheres chefes de família e, portanto, é importante que se tenham políticas afirmativas neste sentido.

O Ver. Luiz Braz traz a esta tribuna a preocupação quanto à constitucionalidade deste tipo de iniciativa, porque o art. 5.º da Constituição garante a igualdade entre todos os cidadãos e cidadãs brasileiros, e isto estaria ferindo o art. 5.º da Constituição, e seria, portanto, matéria inconstitucional. A visão que temos tido - o Movimento de Mulheres, o Partido dos Trabalhadores, mas também tem sido a visão das casas legislativas - é de que só conseguiremos alcançar a igualdade, colocada no art. 5.º da Constituição, se, de fato, tivermos medidas que são chamadas - e não gosto do termo - de discriminação positiva. Porque existe um reconhecimento do legislador e da sociedade em geral de que a situação de desigualdade, que é histórica, estrutural e que é muito significativa, só será superada se tivermos mecanismos legais que possibilitem isso. E as cotas - não há uma medida legal aqui no Brasil, são legislações já afirmadas em outros países do mundo - vêm neste sentido, e são, sim, medidas artificiais, mas para atuarem sobre uma situação de desigualdade estrutural, extremamente enraizada nas relações sociais e econômicas da sociedade. E se não tivermos essas medidas artificiais, as políticas afirmativas, não temos chance de mexer nesta situação de desigualdade.

Portanto, a proposição do Ver. Raul Carrion se insere nesta preocupação. Eu mesma tenho uma proposta de cota aqui na Câmara de Vereadores, para a Mesa Diretora, e o Ver. Antonio Hohlfeldt fez uma modificação que consideramos importante e a incorporamos, e acho que são medidas necessárias. Quanto à constitucionalidade, as medidas todas que existem, seja na legislação federal em relação à lista das eleições partidárias, por exemplo, que talvez seja a cota mais significativa que temos, seja em relação aos partidos políticos e a outras situações, não têm sido declaradas inconstitucionais; ao contrário, estão em vigor, a começar pela legislação eleitoral. Então, do ponto de vista da constitucionalidade, não precisamos ter temor.

A outra questão levantada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt foi em relação à “regimentalidade” do pedido do Ver. Raul Carrion. Nós entendemos que essa questão é preocupante, ela merece o nosso debate. Nós temos de estabelecer uma clareza maior nesse artigo do nosso Regimento de forma a que tenhamos mais segurança ao tratar dele. Agora, se esse artigo se presta a algumas interpretações, eu acho que no caso, aqui, nós temos de afirmar pela situação bem clara, bem transparente da intenção do voto dos Srs. Vereadores nesse Projeto, e a intenção do voto é muito clara: em 23 presentes, nós tivemos 21 votos favoráveis e 02 abstenções. Portanto, não há nenhum voto reprovando o Projeto do Vereador naquela circunstância, e nós tivemos 21 votos favoráveis. Isso é bastante significativo na intencionalidade do voto da maioria dos Vereadores presentes naquele momento. Portanto, penso que cabem, sim, duas questões: que se revise o Regimento para ter maior clareza para decidir nessas ocasiões, mas que, ao mesmo tempo, à luz do histórico de tramitação desse Projeto dentro da Casa, considerando as suas duas votações, que se o aprove em primeiro turno, porque é um Projeto de Lei Orgânica. Com 21 votos num contexto de 23 presentes, com apenas 02 abstenções, entendemos que nós podemos, sim, conceder essa renovação ao Ver. Raul Carrion, sem estarmos ferindo o nosso Regimento. Essa é a posição da Bancada do PT. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar o Requerimento s/n.º, de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o capítulo V, no art. 196, da Renovação de Votação, diz que “o processo de votação poderá ser renovado uma só vez a requerimento do Vereador, aprovado pelo Plenário, quando a matéria tiver sido aprovada ou rejeitada por diferença de voto menor ou igual a três”.

Mediante isso, falando com o Ver. Raul Carrion, vim à tribuna para encaminhar contrariamente. Mas, ao mesmo tempo, fomos informados de que a Comissão de Constituição e Justiça votou a favor da renovação e colocou algumas análises. Uma delas diz: “Quanto à interpretação do dispositivo, entendemos que, para as votações em que se exija quórum qualificado, a diferença mencionada no caput do art. 196, deva ser considerada em relação ao número de votos necessários à composição do quórum. Dessa forma, manifestamo-nos de forma favorável à renovação da votação para o caso em tela e rogamos pela aplicação uniforme do regramento”.

Também fomos informados de que a Procuradoria da Casa também é a favor, e este Vereador sempre tem a preocupação de querer que as votações dentro do Plenário sejam as mais legítimas possíveis para não darem margem, depois, a futuras discussões.

Neste caso, com a aquiescência da Procuradoria da Casa e da Comissão de Constituição e Justiça, este Vereador altera a sua posição inicial e encaminha favoravelmente, porque no mérito, Ver. Raul Carrion, todos os Vereadores vão aprovar, porque é importante os senhores e as senhoras entenderem que esse Projeto prevê a garantia para as mulheres, aquelas mulheres que são chefes de família, que elas tenham um percentual mínimo nas vagas de programas habitacionais implantados no Município de Porto Alegre.

O que nós vemos, cada vez mais, é que o número de mulheres que são chefes de família tem aumentado. Então, essa visão tradicional, machista, está passando, mostrando que homens e mulheres têm os mesmos direitos. Mas é importante que aquelas mulheres que são chefes de família tenham o direito assegurado por um programa habitacional aqui no Município. Ele foi votado pela totalidade dos Vereadores presentes, mas não completou o quórum mínimo exigido de dois terços, ou seja, de vinte e dois Vereadores.

Portanto, nós entendemos que, na renovação da votação, esse Projeto vai ser aprovado, fazendo com que grande parte das mulheres chefes de família possam ter a garantia do seu lar.

Hoje, sabemos que no nosso País existe um déficit habitacional de doze milhões. Então, cada vez mais, necessitamos, tanto em nível municipal quanto estadual e federal, criar programas habitacionais, porque toda família sonha ter o seu próprio canto, ter o direito à casa própria. E é isso, então, que esse Projeto busca fazer, preservando aquela mulher chefe de família. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação, nominal, por solicitação do Ver. Antonio Hohlfeldt, o Requerimento s/n.º do Ver. Raul Carrion, referente ao PELO n.º 001/01. (Após apuração nominal.) APROVADO por 14 votos SIM, 03 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro uma cópia da folha de votação, porque eu prevejo que nós vamos ter novos problemas como esse, e eu quero ficar muito claro com a posição que eu defendi hoje aqui na Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Esta Presidência concede uma cópia da folha de votação para o Ver. Antonio Hohlfeldt.

Em votação o Requerimento n.º 278/01. O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, eu pediria a V. Ex.ª com a devida vênia, não prejudicando a intervenção do Ver. Isaac Ainhorn - não é o objetivo -, a verificação de quórum. Não prejudicando a intervenção do Ver. Isaac Ainhorn, que depois fosse feita a verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 278/01 e, depois, faremos a verificação de quórum.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Jornalista Políbio Braga é uma figura que merece, da cidade de Porto Alegre, o maior respeito e consideração. O Jornalista Políbio Braga é natural de Santa Catarina e, há mais de trinta e cinco anos, reside na cidade de Porto Alegre. É uma figura da vida da cidade de Porto Alegre e do Rio Grande. Uma figura de um destaque extraordinário, jornalista respeitado.

Na época da ditadura, o Jornalista Políbio Braga tomou quase um ano de cadeia por enquadramento na famigerada Lei de Segurança Nacional e na luta que desenvolveu na sua história como homem de combate e na luta contra a ditadura. Pagou caro, esteve preso.

O Ver. Sebastião Melo, nesse momento, pede um Voto de Solidariedade ao Jornalista Políbio Braga pela sua incessante luta pela democracia e pela liberdade, apesar das contínuas perseguições promovidas pelos detentores do poder, bem como apoio moral na sua defesa em processo que está sendo movido injustamente e contra a liberdade de imprensa por quatro diretores do BANRISUL.

Quero dizer a V. Ex.ª que gostaria, Ver. Sebastião Melo, de ter sido o signatário desse Requerimento. Mas, já que não o fui - não tive a perspicácia de V. Ex.ª na defesa das prerrogativas do exercício profissional do jornalista e no reconhecimento, no respeito a uma figura extraordinária que é o Jornalista Políbio Braga -, pelo menos posso-me valer da tribuna desta Casa para, neste momento, fazer-lhe uma homenagem. Porque o Políbio Braga, embora não tenha titulação de Cidadão de Porto Alegre de direito, ele, de fato, já é um cidadão de Porto Alegre pela sua história, pela sua luta, pela divulgação que faz de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Ele está sendo injustamente processado por aquilo que denominaríamos delito de opinião, o mesmo delito que tem levado jornalistas respeitáveis como Rogério Mendelsky, como José Barrionuevo, como Fernando Albrecht e tantos outros, Ver. Haroldo de Souza, ao tribunal, tendo de constituir advogado para promover sua defesa em processos de delito de opinião. E, felizmente, nesse tipo de processo de discutível delito de opinião, o Tribunal do Rio Grande do Sul tem, normalmente, absolvido aqueles que estão sendo injustamente processados, como foi o caso recente de uma absolvição confirmada pelo Tribunal de Justiça, do Jornalista José Barrionuevo.

E hoje é o Jornalista Políbio Braga que merece o respaldo e o respeito desta Casa, que está sendo um homem digno, íntegro, que merece todo o nosso respeito, e que, neste momento, é vítima de um injusto processo criminal.

Portanto, nossa solidariedade ao Políbio Braga e o nosso respeito ao Ver. Sebastião Melo, autor dessa proposição. Lamentaremos apenas, se, por falta de quórum, não pudermos votar esse Requerimento. Gostaria de ver presente aqui a Bancada do PT, que pediu a verificação de quórum. De repente, ela retira-se do Plenário, para não votar a solidariedade à Políbio Braga. Neste momento, estão apenas o Ver. Adeli Sell, o Ver. Juarez Pinheiro, que fez o Requerimento... E a Ver.ª Sofia Cavedon. Lamentamos. Mas ainda vamos fazer um esforço no sentido de ver votada essa matéria nesta Casa no dia de hoje, com a presença dos Vereadores da oposição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Por solicitação do Ver. Juarez Pinheiro, esta Presidência faz a verificação de quórum.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, para um Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Estamos em verificação de quórum, caro Líder Ver. Isaac Ainhorn. Solicito que o painel seja liberado. Visivelmente, não há quórum.

Encerramos a presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 12h44min.)

 

* * * * *